segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

2025: um ano de paz para toda semente








Em raios de esperança, o ano desperta,

O calendário vira, uma nova era se abre.

Das cinzas do tempo, sonhos renascem,

Promessas sussurram, desejos fervem.

 

Promessas de mudanças, de hábitos melhores,

Na virada da noite, sob os fogos, entre os beijos.

Mas o tempo revela, na sua marcha serena,

Que a mudança verdadeira, começa na pequena.

 

Na fibra do dia a dia, no gesto que se contém,

Na paciência que se aprende, quando a ira vem.

Respeito a cada passo, ouvindo mais que falando,

E no amor ao próximo, o ser melhor, encontrando.

 

Não mais promessas, mas atos concretos,

Sementes de verdades, em solos férteis plantadas,

Respeito é a métrica dos nossos versos,

Em cada rosto, histórias diversas, enfeitadas.

 

A natureza, com seus rios e florestas,

É cuidada como mãe que nos sustenta,

Suas vozes, em nosso peito, como festas,

Reverenciamos, a ela, nossa crença.

 

Homens e mulheres, mãos dadas, entendem,

Que o direito de ser é inalienável,

E em cada coração, diferentes, acendem,

A chama do amor, o elo indissolúvel.

 

Não moldamos o outro à nossa imagem,

Mas celebramos cada ser em sua essência,

O futuro desabrocha em cada imagem,

De uma sociedade que floresce na diferença.

 

E assim, caminhamos com passos firmes,

O amanhã escrevemos com tinta verde,

Na tela do mundo, versos que afirmam,

Um futuro de paz, para toda semente.

 

Que este ano que se inicia, com sua folha em branco,

Seja um livro de virtudes, um legado franco.

Que a cada página virada, a cada dia vivido,

Haja mais compreensão, menos julgamento atrevido.

 

Para o ano ser melhor, não basta o desejar,

É nas ações que plantamos, o futuro a colher.

Sejamos sementes boas, em solo fértil de paz,

E que a luz do novo ano, em nossas almas, se faça mais.

 

Seriedade no olhar, esperança no gesto,

A união faz o tecido social florescer,

Cumprimos o dever, sem estar preso,

Ao egoísmo que faz a alma encolher.

 

Neste amanhã, onde o respeito impera,

E a empatia é a língua universal,

A humanidade, enfim, se expande e espera,

Um mundo melhor, fruto do trabalho real.

 

Feliz Ano Novo! Que seja luminoso,

Cheio de encontros, de paz e odoroso.

Que as resoluções não se percam no vento,

Mas sejam o Norte, do nosso contento.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

O Natal de Hitler e a música “Noite Feliz”

Historicamente, regimes totalitários têm se utilizado de símbolos nacionais, cooptado líderes e fiéis religiosos, e incorporado elementos culturais, seja de maneira isolada ou conjunta, para consolidar e garantir seus interesses supremos.

Em tempos de celebração natalina, é particularmente relevante recordar a apropriação cultural que o regime de Adolf Hitler fez de canções icônicas, como "Noite Feliz", um clássico do século XIX. Transformada em ferramenta de propaganda, essa melodia foi recontextualizada para servir à ideologia nazista, facilitando assim o controle social e a manipulação emocional das massas.

Essa prática de apropriação não se limita à música. Literatura, arte e tradições são frequentemente distorcidas por governos autoritários para criar uma conexão afetiva e ideológica com a população. "Noite Feliz", com sua emotividade e alcance universal, se prestou a ser um veículo poderoso de propaganda, ao ser associada a uma narrativa que reforçava os valores e a visão de mundo promovidos pelo Terceiro Reich.

A capacidade de um regime de deturpar elementos culturais de amplo apelo demonstra tanto a astúcia quanto a perfídia de sua estratégia de comunicação. Ao fazê-lo, esses regimes não apenas corrompem o significado original das obras, mas também buscam criar um senso de unidade e identidade nacional distorcido, que se alinha com seus próprios objetivos políticos.

Esse tipo de ação serve como um lembrete sombrio da importância de protegermos e preservarmos o verdadeiro significado dos símbolos e expressões culturais, especialmente durante épocas festivas que carregam valores de paz, amor e liberdade. É essencial que a sociedade esteja ciente e vigilante para evitar que tais elementos sejam instrumentalizados em detrimento da democracia e dos direitos humanos.

Versão nazista da música natalina:

Noite feliz, noite feliz
Todos dormem
Entre as estrelas que espalham sua luz
Apenas o Chanceler permanece em guarda
Vigiando e protegendo o futuro da Alemanha

Noite feliz, noite feliz

Adolf Hitler é a estrela da Alemanha
E nos mostra grandeza
E nos dá luz
E nos dá luz.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Quando um dia é muito pouco para o Natal



Bom seria se a rotina cedesse lugar,

e cada coração, em liberdade, pudesse vibrar.

Assim, a vida, em seu eterno dançar,

com novos tons, em consonância, se coloriria.

 

Ah, quão sublime se a festa se despedisse,

com almas a entoar seus hinos genuínos, sem temor.

O dia que nasceria, repleto de promessa,

na pluralidade de gestos, a paz encontraria o amor.

 

Contudo, no silêncio da noite, a ironia flutua,

entre luzes cintilantes, a hipocrisia se entrelaça.

Famílias unidas, tantas vezes, em laços de mentira,

sorrindo para câmeras, enquanto almas se desunem.

 

Papai Noel, símbolo de alegria encenada,

em embalagens vistosas, a verdade se oculta.

Consumo desenfreado, a paz é apenas bordada,

na tapeçaria de um Natal onde sinceridade se perde.

 

Coros cantam sobre amor e união,

mas olhares se desviam, evitando a conversa franca.

Presentes trocados com um sorriso de fachada,

escondem o vazio de laços quase desfeitos.

 

Árvores carregadas de enfeites e esperanças falaciosas,

decorações que ofuscam os corações desprovidos.

O espírito natalino, uma cortina de farsas,

esconde a indiferença sob mantos de luzes coloridas.

 

Votos de felicidade sem fim,

mas as palavras, despidas de convicção,

a cada "Feliz Natal", um desejo contido,

quando a verdade é um grito silenciado.

 

A comida transborda, farta na mesa,

mas a bondade que deveria alimentar, onde se esconde?

Na noite que celebra o nascimento da singeleza,

a ostentação reina, e o simples se perde, não se vê.

 

E o Menino Jesus, no seu humilde presépio,

observa a encenação com um olhar que tudo alcança.

O Natal verdadeiro é um clamor no silêncio,

sufocado pelo tilintar do material que avança.

 

Então, que o sino da meia-noite ressoe,

e com sua harmonia, traga a verdade, crua e nua.

Que a poesia do Natal não se perca,

e a sinceridade floresça, mesmo após a lua.

 

Lembremos, entre versos e reflexões,

que a mudança brota de gestos, não de ditas frases.

A verdadeira magia das festas natalinas,

está em sermos melhores, não só na noite, mas na vida.

sábado, 21 de dezembro de 2024

É gata! Sem banho.

Ao longo da minha vida, desde a infância, tive a companhia de muitos gatos, todos eles desfrutando de liberdade para explorar os arredores. Eram aventureiros por natureza e frequentemente desapareciam por até uma semana. Infelizmente, nem todos voltavam. A rotina exigia que cada um deles recebesse um banho de vez em quando, algo que eles odiavam.

Ollie, nossa gata mestiça de siamesa, foi adotada de uma ONG local aos seis meses de idade, trazendo consigo as marcas de maus-tratos sofridos. Até os dias de hoje, ela demonstra insegurança na presença de estranhos, retirando-se rapidamente. Apenas quando reconhece um rosto amigo é que ela se permite reaparecer.

Diferentemente de seus predecessores, Ollie, que está prestes a completar sete anos, não tem acesso à rua nem perambula pelos telhados. A castração foi realizada no momento adequado, assegurando-lhe uma vida mais tranquila e segura dentro de casa. Banhos com água não fazem parte de sua rotina, já que ela se mantém impecavelmente limpa e sem odores. A única manutenção necessária é a escovação diária, um compromisso do qual ela mesma nos faz lembrar, como se possuísse um relógio interno.

Aprendi que gatos saudáveis, de pelo curto e que vivem exclusivamente em ambiente doméstico, como Ollie, não necessitam de banhos, pois utilizam a textura áspera da língua para remover impurezas dos pelos e da pele. Esta higiene, que ocupa de 10 a 12 horas por dia, também proporciona uma massagem, melhora a circulação sanguínea e distribui uniformemente os óleos naturais produzidos pelas glândulas sebáceas, resultando em uma pelagem brilhante e saudável. Como se sabe, esse ritual de lambedura oferece momentos de relaxamento e alongamento. Por outro lado, gatos de pelo longo ou com condições de saúde específicas, ou que possuem liberdade para suas 'expedições' noturnas, podem precisar de banhos, de acordo com as diretrizes do veterinário.

Há pessoas que não apreciam gatos. Natural! Afinal, cada um escolhe suas preferências. Contudo, observo que muitos baseiam-se em crenças ultrapassadas e falta de informação. Para os ailurófilos, os gatos são a personificação de elegância, mistério e independência. Podem parecer interesseiros e ariscos, mas revelam-se adoráveis e simpáticos. Ágeis por natureza, demonstram uma inteligência perspicaz e uma teimosia encantadora. A principal característica é o desejo de estar no centro das atenções, sempre.


segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

De golpe em golpe, quem enche o papo?

No mundo contemporâneo, milhões enfrentam a amarga realidade dos golpes, perpetrados por indivíduos tecnicamente astutos que exploram vulnerabilidades em tecnologia e redes sociais. Desde os menos experientes até os mais cautelosos, ninguém está imune. Fraudes via WhatsApp, telefone, SMS, e falsas ofertas de presentes, cartões de crédito, empregos e cursos são alarmantemente comuns.

No Brasil, o quadro é grave: estima-se que 25% dos cidadãos tenham sofrido perdas financeiras nos últimos doze meses, um número que não inclui os casos subnotificados. Diante dessa escalada de engodos digitais, torna-se imperiosa a adoção de uma postura vigilante, a promoção de uma educação financeira e digital e a prática de sempre verificar informações por fontes confiáveis.

Contudo, nenhum golpe iguala-se em gravidade ao golpe de estado, que atinge as entranhas da democracia nacional. Episódios como a "Noite da Agonia" no período imperial, a antecipação da "Declaração da Maioridade" para evitar a autonomia política, e a Proclamação da República, que encerrou a monarquia, são marcos sombrios.

A Revolução de 1930, bloqueando a posse de Júlio Prestes, pavimentou o caminho para Getúlio Vargas. O "Estado Novo" em 1937, sob o falso pretexto de combater o comunismo, instaurou uma ditadura. O golpe de 1964, que depôs João Goulart, iniciou uma ditadura militar que durou até 1985.

Recentemente, após as eleições de 2022, protestos com tons golpistas, apoiados por militares da reserva e grupos civis, culminaram nos lamentáveis eventos de 8 de janeiro de 2023. Essa análise histórica evidencia a intervenção recorrente das Forças Armadas na política brasileira.

É complexo conjecturar como seria o Brasil sem essas intervenções, mas observa-se que nações onde a soberania civil predominou tendem a ter desenvolvimento social e econômico mais robusto e estável. A história ensina que a verdadeira prosperidade não se sustenta na imposição de uma minoria, mas sim no respeito ao processo democrático e à vontade popular.

O Brasil ocupa a posição de décima maior economia mundial, o que sugere que a qualidade de vida da maioria de seus cidadãos poderia ser superior. Contudo, a disparidade econômica é evidente: apenas 1% dos mais abastados controla cerca de metade da riqueza do país, ao passo que 70% da população subsiste com rendimentos inferiores a dois salários-mínimos, sendo que, desse grupo, 28% se encontram abaixo do limiar da pobreza.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Entre relâmpagos e trovões, a imaginação fervilha.

Fazia tempo que Itapira não experimentava uma trovoada tão impressionante. Não consigo lembrar de um temporal com tantos trovões quanto o desta semana. Diante de tamanho espetáculo, sentei-me em um banquinho, na área coberta do meu quintal, apenas para contemplar a chuva, os relâmpagos e, sobretudo, para ouvir a sinfonia dos trovões.

Para muitos, pode parecer estranho, mas eu sempre apreciei as chuvas ruidosas. Entre todos os eventos que pontuaram minha vida, o trovão permanece exatamente como em minha infância, um velho conhecido que não muda.

Nasci e cresci na Rua do Pescador, onde, todas as tardes, após meu pai retornar do trabalho por volta das cinco horas, nós nos sentávamos na soleira do terraço de nossa casa para observar o vaivém de pessoas e veículos enquanto minha mãe preparava o jantar. Era um horário de intensa atividade. Nos dias chuvosos, aguardávamos a tempestade com expectativa, assistindo aos relâmpagos que rasgavam o céu e ouvindo os trovões. Quando estes eram prolongados e seu estrondo ia diminuindo, eu os imaginava como um enorme carroção atravessando o firmamento.

Recordo-me de um dia em que perguntei ao meu pai o que causava o trovão. Com seu talento natural de contador de histórias, ele explicou: "As nuvens ficam tão carregadas de água que, quando se chocam no céu, fazem um barulhão e, então, despejam a chuva". Curioso, questionei sobre os relâmpagos: "São os sinais de que as nuvens vão se chocar, para que a gente não leve um susto", respondeu ele.

Creio que esses momentos compartilhados com meu pai, desfrutando das chuvas de verão ao final de cada dia, moldaram minha relação de afeto com as tempestades, que perdura até os dias atuais. Eu me deleito em apreciá-las. Abandonei o uso do guarda-chuva aos meus quinze anos e, até hoje, sempre que possível, adoro caminhar sob a chuva. Talvez seja uma "esquisitice", mas para mim, é uma forma de manter viva a conexão com o passado e com as simples alegrias que ele oferecia.

Eu diria que os trovões são como vozes do céu, sussurrando lembranças antigas e ressoando melodias nostálgicas de memórias passadas, revelando uma beleza oculta naquilo que, à primeira vista, parece feio.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

A criança na janelinha e a justiça popular

Um incidente envolvendo um menino de quatro anos que desejava sentar-se em um assento não designado a ele gerou grande controvérsia nas redes sociais. A situação foi rejeitada pela ocupante legítima do assento, e a cena, marcada pelo choro da criança, foi registrada em vídeo e rapidamente viralizou. A criança foi rotulada de forma pejorativa, e sua mãe foi acusada de negligência. Em contrapartida, a mulher que reivindicou seu assento ganhou mais de dois milhões de seguidores, apoiando-a por defender seus direitos e destacar a necessidade de impor limites à criança.

Contudo, a questão que se coloca é se houve justiça. A história contada pelo vídeo foi fruto de uma interpretação apressada, típica das redes sociais, onde as pessoas julgam com base em informações parciais e sem um entendimento completo dos fatos.

Na verdade, a mãe, acompanhada de três filhos, um dos quais cadeirante, o filho mais novo sentou-se ao lado da avó, na janela, em um assento que não era dele. Quando a dona do assento solicitou seu lugar de volta, o menino concordou sem resistência e sentou-se ao lado da mãe, ainda na janela, manifestando seu desejo de permanecer perto da avó. No entanto, quando a aeromoça passou para checar os cintos de segurança, o garoto começou a chorar. Uma pessoa que não estava envolvida no episódio interveio, pedindo que a mulher cedesse o assento à criança. Diante da negativa, essa pessoa filmou a situação, fez comentários e pediu à filha que divulgasse o conteúdo, expondo a "insensível criatura" ao escrutínio público. O vídeo teve enorme repercussão, e os internautas, acreditando erroneamente que a mãe era a autora da filmagem e dos comentários, julgaram e condenaram. A mãe e a criança foram alvo de uma enxurrada de insultos.

O caso será levado à justiça em busca de reparação. Dependendo da atuação dos advogados, não apenas quem publicou o vídeo, mas também alguns dos que comentaram, caso sejam identificados, poderão ser responsabilizados e, se condenados, terão de pagar as indenizações correspondentes. Casos como este estão se tornando cada vez mais comuns nos tribunais.

É crucial ressaltar que postagens em redes sociais podem ser usadas como prova em processos judiciais. Comentários, compartilhamentos e até mesmo "curtidas" podem ser levados em consideração, dependendo do grau de constrangimento ou danos causados, mesmo quando o conteúdo é verdadeiro.

Esse caso, iniciado na semana passada, ainda tem um longo caminho pela frente e promete causar muitos transtornos. Ele serve de alerta sobre como a justiça popular pode ser mais arbitrária que o poder judiciário, que, ao menos, garante o direito à defesa, exige provas sólidas e trata as sentenças com mais discrição.

A ausência de um sistema legal e de um poder judiciário seria desastrosa. Os julgamentos das bruxas de Salem, baseados em testemunhos espirituais, resultaram em mortes e prisões injustas. Os linchamentos no Velho Oeste americano, sem julgamento formal, foram motivados por acusações frágeis e preconceitos. E as acusações infundadas contra judeus durante a peste negra na Idade Média levaram à perseguição e à morte, baseadas em preconceito e superstições.

Quando os procedimentos legais são ignorados ou quando as autoridades não agem conforme as normas, qualquer pessoa pode ser injustamente condenada, presa, ferida ou morta. Nem sempre a opinião pública reflete a justiça. Nem sempre a voz do povo é a voz de Deus.

Conclusão: toda e qualquer indignação tem o direito de ser expressa, sem qualquer problema, contanto que não ofenda ninguém, não cause constrangimento, não prejudique terceiros e não utilize palavras inadequadas fora de contexto. Assim, qualquer manifestação deixa de ser considerada uma livre expressão quando viola os direitos de outrem.





sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Criança, celular e o “tomovinho”

Outro dia, enquanto perambulava por um supermercado da cidade, deparei-me com um casal e uma criança acomodada no "tomovinho" acoplado ao carrinho de compras. Utilizo o termo "tomovinho" para evocar a nostalgia da minha infância, quando a festa de maio se resumia à alegria de brincar nos pequenos carros que giravam em torno de um eixo central, onde a fantasia reinava. "Tomovinho" era como eu chamava carinhosamente o brinquedo mais cobiçado da grande festa popular itapirense.

Contudo, ao avistar a cena no supermercado, as doces recordações de outrora desvaneceram-se rapidamente, dando lugar a reflexões mais profundas. Pensei comigo mesmo: se o "tomovinho" da festa me transportava para mundos imaginários, o que não faria um carrinho tão elegante quanto aquele do supermercado, percorrendo todos os corredores, virando à esquerda e à direita, sem o limite dos escassos minutos oferecidos pelo brinquedo da festa? Que tamanho de aventura seria essa!

No entanto, a criança no carrinho não parecia estar vivendo nenhuma aventura. Estava ali, sentada, quieta, sem dar trabalho algum aos pais, o que talvez fosse a verdadeira função do "tomovinho" do supermercado. O que de fato capturava a atenção dela era um aparelho celular. Provavelmente, ela não se deliciou com a jornada, não fingiu estar ao volante, não observou as pessoas ao redor, não simulou buzinar, não permitiu que sua imaginação a conduzisse. Ao fim das compras, nem deve ter chorado ao ser retirada do carrinho, como eu chorava quando meu tempo no "tomovinho" terminava.

Refletindo sobre isso, se as crianças que são entregues aos celulares para a tranquilidade dos pais deixassem de se divertir com a imaginação ou com brincadeiras reais, talvez não fosse tão ruim, de vez em quando. No entanto, é evidente que a maioria das crianças e adolescentes está cada vez mais enfeitiçada pelas telas dos celulares, tornando-se indiferentes à vida real e expondo-se, sem perceber, a problemas comportamentais, emocionais e físicos. Estudos detalhados realizados por entidades pediátricas concluíram que o excesso de exposição ao mundo virtual pode causar dificuldades no sono, queda no rendimento escolar, problemas oculares, dores de cabeça, ansiedade e depressão, alimentação menos saudável, obesidade, sedentarismo e distúrbios de imagem.

Em novembro, a Austrália aprovou uma lei que proíbe completamente o uso de smartphones por menores de 16 anos, obrigando gigantes da tecnologia, como Meta e TikTok, a impedir o acesso de menores de idade. Um quarto dos países do mundo já possui leis que proíbem o uso de celulares nas escolas, entre eles: França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Itália, Suíça, México, Estados Unidos, Portugal, Escócia e Canadá.

No Brasil, as restrições começaram em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Roraima, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão e Tocantins. Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que visa proibir o uso de celulares ou outros dispositivos eletrônicos móveis em escolas em todo o país.

O verdadeiro desafio será limitar o acesso a esses dispositivos para menores de 16 anos fora do ambiente escolar, no cotidiano. A consequência prevista é sombria: o futuro de nossas crianças e adolescentes pode estar em risco.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Quem merece, fica. Quem não merece, tchau!

 

Na Câmara Municipal de Itapira, está em discussão um projeto de resolução que sugere um aumento salarial de 88% para os vereadores.

É compreensível que a sociedade questione os políticos, especialmente quando eles aprovam medidas que lhes dão vantagens, algo que a maioria dos cidadãos não pode usufruir. É frequente ver políticos buscando cargos e benefícios de forma excessiva e, em alguns casos, aceitando subornos em troca de seus votos ou apoio. Imagem negativa que eles carregam há anos. Mas será que apenas criticar é suficiente, ou estamos mirando nos alvos errados?

É adequado que os vereadores recebam salários? No passado, os vereadores não eram remunerados, o que limitava a representação, pois apenas aqueles com recursos financeiros e tempo disponível podiam se candidatar. Sem remuneração, a maioria da população não tinha voz nem era atendida em suas necessidades. Portanto, a remuneração é essencial para ampliar a representatividade.

O salário dos vereadores é alto? O trabalho de um vereador não se resume às sessões legislativas. Vereadores dedicados se esforçam bastante, estando sempre à disposição da população, que muitas vezes só neles encontra apoio. Além disso, eles se dedicam a estudos legislativos e atividades de fiscalização.

Um aumento de 88% seria exagerado? Levando em consideração que o último reajuste foi em 2014 e analisando os índices de inflação e projeções, um aumento de 88% parece estar dentro de um limite razoável. Democracia tem custo.

O problema não está em questionar, mas em reclamar da maneira errada ou na hora errada. Fazemos isso há anos e nada muda. O que um político teme não é a crítica ou a prisão, mas perder a eleição e o poder. Por isso, não podemos deixar de acompanhar suas ações, principalmente nos assuntos mais importantes, como fazem os países mais desenvolvidos.

Espera-se que um vereador trabalhe em benefício da população, não apenas praticando assistencialismo. Devemos manter um olhar crítico constante.

Na eleição deste ano, Itapira reelegeu 8 dos 10 vereadores, um indicativo de alto índice de aprovação. O vereador tem um patrão: o eleitor. Se o projeto for aprovado, será um sinal de que os reeleitos acreditam ser merecedores. A palavra final é do patrão, em 2028, será o momento certo para a avaliação sobre o merecimento e decidir quem merece ficar e quem deve ser substituído. É assim que deve ser! Ou não?


segunda-feira, 18 de novembro de 2024

A semana de quatro dias faz sentido?

O tema tem suscitado intensos debates no Brasil. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa reduzir a jornada máxima de trabalho de 44 para 36 horas semanais alcançou o número necessário de assinaturas para ser apresentada na Câmara dos Deputados. O objetivo é extinguir a possibilidade de escalas de trabalho de 6 dias seguidos por 1 de descanso, sem prejuízo dos salários e da produtividade.

Entre as 20 maiores economias que reportam à Organização Internacional do Trabalho (OIT) os dados sobre a média de horas trabalhadas por semana, 15 apresentam médias inferiores à do Brasil, sendo que 12 estão abaixo das 40 horas. Destacam-se Canadá, com 32,1 horas, e Austrália, com 32,3 horas, entre os países que já adotam jornadas semanais inferiores a 36 horas. Por outro lado, China, com 46,1 horas, e Índia, com 46,7 horas, superam significativamente a jornada brasileira. Esses dados evidenciam uma tendência mundial de diminuição da jornada de trabalho, sugerindo que as economias desses países permanecem robustas e competitivas.

No cenário brasileiro, diversas categorias já conseguiram reduzir a jornada para 40 horas, ou até mesmo para 36, 30 e 20 horas, por meio de suas convenções coletivas de trabalho. Contudo, há trabalhadores que enfrentam jornadas de mais de 50 ou 60 horas semanais, por opção.

A redução da jornada de trabalho é uma demanda urgente, especialmente ao considerarmos os impactos dos avanços tecnológicos e o aumento do desemprego, que podem agravar as desigualdades sociais. Entretanto, uma redução abrupta de oito horas na jornada poderia ter consequências negativas para o país. Uma estratégia mais viável seria a implementação de uma redução gradual ao longo de uma ou duas décadas, permitindo que trabalhadores e empresas se adaptem às mudanças de forma equilibrada.

Para pensar na cama: O economista Pedro Gomes, autor do livro "Sexta-feira é o novo sábado" e professor de economia na Universidade de Londres, argumenta que a adoção de uma semana de trabalho de quatro dias não é apenas uma questão de bem-estar, mas sim uma estratégia essencial para a sustentabilidade do capitalismo moderno.

quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Celular nas Escolas proibido e o perigo à vista

A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou por unanimidade um projeto de lei que proíbe o uso de celulares em escolas públicas e privadas no estado. Essa decisão gerou grande repercussão nacional e abriu um debate na Câmara dos Deputados sobre a possibilidade de estender a proibição para todo o país.

Ainda é cedo para avaliar a eficácia dessa medida, dada a já consolidada tendência de uso excessivo de tecnologia em todas as faixas etárias.

Contudo, se a lei for bem-sucedida, podemos imaginar várias consequências: um aumento significativo nas interações face a face entre alunos, o resgate de brincadeiras e costumes que haviam caído no esquecimento, uma redução na postura de cabeça baixa que pode causar lesões na coluna cervical, um incentivo ao uso de linguagem completa em vez de abreviações digitais, um estímulo ao olhar atento para a natureza e outros detalhes do mundo ao redor, e até mesmo um retorno às formas tradicionais de paquera e relacionamento pessoal.

Essa alteração pode, em um primeiro momento, mascarar um risco considerável. Ao se reintegrarem ao ambiente real, os estudantes têm a oportunidade de redescobrir a beleza das interações humanas presenciais, em um retorno ao estilo de vida das gerações anteriores. Tal fenômeno configura um possível desafio para as redes sociais, que podem enfrentar uma redução de sua influência predominante, à medida que os jovens se dedicam mais às vivências fora do ambiente digital. Será que essa tendência pode vir a influenciar também as faixas etárias mais elevadas?

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Aquecimento Global: é assunto nosso!

 

Um estudo recente, publicado nesta segunda-feira, 11 de novembro de 2024, na prestigiosa revista "Nature Geoscience", revela que o aquecimento global causado pelas atividades humanas atingiu um ponto crítico: a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram amostras de gelo extraídas do coração das geleiras antárticas. Essas amostras contêm bolhas de ar que preservam um registro histórico do nível de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, permitindo uma correlação precisa entre a concentração deste gás e as mudanças na temperatura global ao longo dos últimos milênios.

Se nenhuma medida for tomada para reverter essa tendência, enfrentaremos uma série de consequências devastadoras, incluindo ondas de calor intensas, secas prolongadas e incêndios florestais mais frequentes, tempestades severas e inundações, comprometimento da biodiversidade e dos ecossistemas, elevação do nível do mar, declínio na produtividade agrícola, impactos significativos na saúde humana, deslocamento forçado de populações e agravamento de conflitos, além de prejuízos econômicos substanciais.

Diante desse cenário alarmante, a pergunta que fica é: estaremos dispostos a permanecer inativos?

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Itapira 2025: O início de uma nova era?

A curiosidade sobre o futuro ultrapassa a fronteira da diversão; ela é essencial para a construção da realidade, influencia a maneira como nos preparamos para os desafios que ainda não conhecemos.

Na esfera política, a reflexão sobre o futuro é vital para o planejamento estratégico. É necessário prever tendências, antecipar mudanças e se preparar para cenários que podem se materializar. A política, embora baseada em lições históricas, é essencialmente uma atividade orientada para o futuro.

O deputado Barros Munhoz, após 48 anos, anunciou recentemente que se afastará dos assuntos locais e das próximas campanhas, delegando a responsabilidade para as lideranças emergentes. Disse, ainda, que continuará contribuindo com Itapira na função de deputado. Por outro lado, Toninho Bellini, único político que capturou o sentimento antitotonhista, vencendo quatro eleições, estará impedido de concorrer em 2028 devido às regras de reeleição. Esses dois fatores prometem marcar a próxima eleição municipal com mudanças significativas.

Ao analisar os resultados das urnas deste ano, muitos recados foram passados. Os futuros candidatos não poderão ignorar a crescente taxa de abstenção, que sinaliza uma insatisfação significativa com a classe política. Em Itapira, a soma de abstenções, votos brancos e nulos chegou a quase um terço do eleitorado.

As urnas mostraram que a influência dos "padrinhos", de qualquer natureza, foi irrelevante. Os potenciais candidatos devem explorar novos horizontes, promovendo uma renovação autêntica, além da mera retórica. Devem demonstrar viabilidade, competência e comprometimento bem antes do período eleitoral. É crucial que compreendam a diferença entre ser candidato e construir uma candidatura. Embora existam grupos que se alimentam de conflitos, a maioria anseia por uma convivência pacífica e conciliadora, preferencialmente cooperativa, entre os adversários e rejeita os discursos agressivos.

O cenário está aberto para o surgimento de lideranças, uma tarefa complexa que não se realiza de forma imediata e, em casos excepcionais, nem mesmo em um século.

 


sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Eleições 2024: Itapira não é uma ilha

No início do ano, uma questão intrigava os possíveis candidatos: qual seria o impacto da polarização política no comportamento do eleitorado brasileiro? Havia a expectativa de que a extrema direita pudesse emergir como força dominante. No entanto, a polarização revelou-se irrelevante, e a maioria dos eleitos mostrou-se moderada.

Desde a redemocratização, com exceções raríssimas, nenhum político se declarava de direita, muito menos de extrema direita. Quem não se identificava com a esquerda, autoproclamava-se de centro, como se os direitistas estivessem banidos da vida política brasileira. Isso fortaleceu uma esquerda arrogante que gradualmente se desconectou de suas próprias bandeiras e abriu caminho para candidaturas outsiders e antissistema. Tal processo prejudicou a formação política do povo brasileiro.

As manifestações de 2013 e as eleições de 2018 contribuíram para dar maior visibilidade à direita e à extrema direita, especialmente em discussões focadas na agenda de costumes e na consolidação do sentimento de antipetismo.

Ao optar pela moderação neste ano, o eleitorado parece buscar um período de reflexão para aprofundar a compreensão sobre o que representam as posições políticas de esquerda e de direita, bem como suas respectivas implicações, permitindo uma decisão mais informada entre continuidade ou mudança nas próximas eleições, prática comum em países mais desenvolvidos.

Itapira seguiu a tendência nacional: o prefeito foi reeleito, assim como em 82% das cidades brasileiras, e os vereadores escolhidos são considerados moderados. Entre os treze eleitos, cinco são situacionistas, enquanto oito fazem parte da oposição. Ao não garantir a maioria na câmara para o prefeito reeleito, o eleitorado enviou uma mensagem clara: a continuidade no cargo está condicionada a um escrutínio mais rigoroso.

Politicamente, tanto Itapira quanto o Brasil de maneira geral deram um passo importante rumo a restaurar o respeito ao processo político. Embora os próximos quatro anos provavelmente não sejam suficientes para completar essa tarefa, eles devem servir como inspiração para um avanço contínuo. Que assim seja!

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

A Fonte da Juventude!

A busca pela fonte da juventude é um anseio que ecoa através das gerações. O desejo de preservar a vitalidade e retardar os efeitos do envelhecimento tem inspirado inúmeras histórias e lendas. No entanto, a verdadeira essência da juventude pode ser encontrada não em águas mágicas, mas no conhecimento, nas aventuras que empreendemos e na manutenção de um espírito curioso e aberto às maravilhas da vida.

A ciência moderna, com sua busca incessante por prolongar a vida e retardar os sinais de envelhecimento, pode ser vista como a fonte da juventude dos tempos contemporâneos. Com os avanços da medicina, biotecnologia e genética, os cientistas estão cada vez mais perto de desvendar os mecanismos biológicos do envelhecimento. A chave pode estar na combinação de um estilo de vida saudável, progressos médicos e intervenções científicas.

No contexto da minha turma de formandos de 1981 do INATEL, descobri que a fonte da juventude encontrou um endereço anual: as reuniões que realizamos. Este ano, não foi diferente. Na sexta-feira, dia 11/10, nos encontramos no famoso "Bar do Bá". No sábado, dia 12, no período da manhã, no auditório, ouvimos relatos inspiradores dos colegas engenheiros e fomos atualizados sobre os avanços e conquistas da Escola nos últimos 12 meses. Na sequência, desfrutamos de muita conversa, risadas e de um saboroso churrasco, finalizado com um revigorante caldo de feijão.

Percebi que nossos encontros ultrapassaram a simples confraternização, evoluíram e se tornaram também uma fonte de juventude. Naqueles momentos, mergulhei nas águas mágicas do tempo, revisitando meus vinte e poucos anos. A caminho de Itapira, senti-me mais jovem, mais esperançoso, com uma mente fervilhando de ideias e de sonhos. Cqd!

Os amigos, aqueles que estão perto de nós e aqueles que vemos de vez em quando, constroem conosco momentos de alegria, apoio e crescimento mútuo. São fonte de diversão, alegria e guardiões de nossa história.

Celebrar as amizades é celebrar a própria vida, diluindo a distância entre o ontem e o hoje, reconhecendo que, na companhia dos amigos, o tempo perde seu domínio e a juventude se torna eterna.


quinta-feira, 10 de outubro de 2024

Furacões. Mais ou menos? Eis a questão?

Os furacões são fenômenos naturais impulsionados pelo calor emanado das águas oceânicas aquecidas. Eles consistem em vastas formações de ar que giram em torno de um centro de baixa pressão intensa, gerando condições climáticas severas em larga escala. 

O processo inicia-se quando o ar quente e úmido, proveniente da superfície do mar, ascende, criando uma região de baixa pressão atmosférica. Em resposta a essa variação de pressão, o ar de áreas circundantes, que apresenta pressão mais elevada, desloca-se em direção à área de baixa pressão, também aquecendo e ascendendo. À medida que esse ar quente sobe e se resfria, ele dá origem às nuvens que compõem a tempestade. Esse ciclo sustenta o sistema de nuvens e ventos, que gira e se intensifica, alimentado continuamente pelo calor e pela evaporação da água do oceano.

A urgência em honrar os compromissos estabelecidos pelo Acordo de Paris torna-se evidente quando consideramos o papel do efeito estufa no aquecimento das águas oceânicas. A não ser que tomemos medidas efetivas para mitigar o aquecimento global, é provável que não apenas os furacões se tornem mais frequentes e poderosos, mas também que outros eventos climáticos extremos afetem diversas regiões do planeta, incluindo o Brasil. Portanto, é imperativo que nos comprometamos com a redução das emissões de gases do efeito estufa para evitar a intensificação desses fenômenos climáticos.

A natureza, assim como muitos outros temas, tornou-se objeto de disputas políticas, gerando um divisor entre aqueles que a respeitam com base em evidências científicas e os que optam por acreditar em discursos que ecoam suas preferências pessoais. Nesta polarização, a natureza, indiferente às nossas contendas, continua a reagir às ações humanas de maneira inevitável e imparcial.

#Politica #Natureza #Furacão #Tornado #Polarização


sábado, 5 de outubro de 2024

Voto Facultativo Já!

 

O voto obrigatório no Brasil é uma prática que, embora tenha sido justificável em um passado recente, hoje enfrenta questionamentos significativos. A baixa penalidade financeira para quem não vota e a simplicidade para justificar a ausência, combinadas com um crescente desencanto com a política, têm levado a um aumento contínuo nas taxas de abstenção eleitoral.

Ao contrastar essa situação com a dos EUA, onde o voto é opcional, nota-se que em 2000, cerca de 45% dos cidadãos americanos abstiveram-se de votar em qualquer candidato, enquanto no Brasil esse percentual foi de 23%. Em 2020, os números mostram que 34% dos americanos não participaram do processo eleitoral, enquanto no Brasil essa taxa foi de 35%. Esses dados indicam que o comportamento dos eleitores brasileiros se assemelha ao dos eleitores americanos, sugerindo que a obrigatoriedade do voto pode não estar mais contribuindo de maneira efetiva para o fortalecimento da democracia brasileira.

A possibilidade de escolha entre participar ou não do processo eleitoral, característica do voto facultativo, tende a promover um engajamento mais consciente dos eleitores que decidem votar, resultando em votos mais alinhados com suas convicções políticas. Por outro lado, aqueles que não se sentem representados ou desconfiam do sistema político podem optar por não votar, evitando assim votos desinformados ou de protesto.

Advogar pelo voto facultativo implica reconhecer que, além das qualificações necessárias para o exercício do cargo, é fundamental incentivar a participação eleitoral. Nesse contexto, é essencial que os eleitores sejam estimulados e convencidos de que sua presença nas urnas e seu voto podem efetivamente influenciar o resultado das eleições. Do contrário, a participação eleitoral pode parecer irrelevante.Parte superior do formulário

Voto facultativo já!

#Democracia #Eleição #Politica 

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Declaração de voto

Neste domingo, dia 6, teremos a chance de moldar o futuro de Itapira. Apesar de nem todos se aperceberem disso, trata-se de um momento crucial para exercermos nossa cidadania.

Elegeremos o prefeito e vereadores para o período de 2025 a 2028. Nosso foco deve estar totalmente voltado para as necessidades da municipalidade. As decisões tomadas afetarão diretamente nosso dia a dia.

O voto é uma ação individual, mas dependente da vontade da maioria. Se as escolhas não cumprirem as expectativas, há duas possibilidades: a maioria foi negligente na análise ou foi simplesmente enganada. E o custo disso tende a ser bastante elevado.

Ao refletirmos sobre o futuro de nossa cidade, devemos escolher o melhor prefeito e um bom representante legislativo. Não é uma tarefa fácil, requer perspicácia e sensibilidade.

Este ano, estamos diante de uma promissora leva de candidatos a vereador. Destaquei nove que, a meu ver, merecem o meu voto. Estou convencido de que, caso eles venham a ser eleitos, teremos a melhor Câmara Municipal das últimas cinco décadas. No entanto, como devo optar por apenas um, minha escolha recairá sobre aquele que julgo ser o mais qualificado: o Dr. Mauricio. Ele reúne todas as características de um excelente legislador, mostrando-se capaz de liderar e agir com eficácia, além de, na minha visão, ter um futuro brilhante na política. Arrisco-me a afirmar que ele tem todas as chances de se tornar o prefeito de Itapira um dia.

Quanto ao cargo de prefeito, temos, também, candidatos qualificados, mas sinto que Itapira precisa de um projeto viável e consistente: que dê mais atenção à saúde, tirando nossa cidade de uma posição desconfortável; que crie empregos para fortalecer a economia local, aumentando a renda média dos itapirenses; que diminua o déficit habitacional e que cuide do meio ambiente para enfrentar as crises hídricas e climáticas que o futuro nos reserva. Assim, darei meu voto a Djalma, seguro de que ele se empenhará para promover o crescimento social e econômico de nossa cidade, apoiando-se no grupo político liderado por Totonho Munhoz, cuja capacidade e resolução são incontestáveis. Itapira merece!

#politica#eleição#itapira#prefeito#vereador#cidadania

 

sábado, 28 de setembro de 2024

Da raiva ao ódio!

No dia 28 de setembro, é observado o Dia Mundial da Raiva, uma iniciativa que conta com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) e foi criada pela Aliança Global para o Controle da Raiva (GARC). O objetivo dessa data é elevar a conscientização sobre a raiva, uma doença grave e incurável, e promover a vacinação de animais para prevenir que a doença se espalhe para humanos.

Devido aos avanços nas campanhas de vacinação e na área da saúde, a raiva, que é principalmente transmitida por animais, tem sido eficazmente controlada.

Em contrapartida, a raiva emocional é uma reação momentânea que funciona como um alerta de que estamos prestes a perder o controle, o que nos leva a buscar uma postura mais equilibrada. Contudo, observa-se uma tendência preocupante de a raiva persistir e evoluir para ódio, expressando-se por meio de comportamentos agressivos e ofensivos ou até mesmo em atos de violência que causam danos a pessoas, conhecidas ou não.

Embora existam métodos eficientes para conter a raiva transmitida por animais, o mesmo não se pode dizer com tanta certeza sobre a raiva emocional, especialmente quando ela se transforma em ódio. Isso acaba contribuindo para um cenário onde os valores éticos e os princípios cristãos, independentemente do grau de fé das pessoas, são cada vez mais distanciados na construção de nossa sociedade.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Política é isso aí?

A atividade política acompanha a humanidade desde o início, tão antiga quanto a própria civilização. Ela surgiu como uma resposta natural à necessidade dos seres humanos de organizarem a vida em sociedade. Com o passar dos séculos, a política evoluiu, refletindo as mudanças sociais, econômicas e tecnológicas de cada era. Hoje, ela é um pilar fundamental da organização da sociedade moderna, tratando de questões públicas e estabelecendo as regras que regem a convivência coletiva.

Política, em essência, é a arte de governar, conectada à administração e ao gerenciamento de uma nação ou cidade. Ela envolve decisões sobre a alocação de recursos, a definição de prioridades e a criação de leis. O objetivo principal da política é o bem comum, buscando equilibrar diferentes interesses, criar normas sociais e garantir os direitos e deveres dos cidadãos.

Entretanto, a política também é o campo de exercício do poder, onde diferentes grupos e indivíduos competem para influenciar as decisões que afetam a todos. A participação ativa na política dá ao cidadão a oportunidade de moldar essas decisões e assegurar que seus interesses sejam representados. Porém, muitos não reconhecem esse ideal na política que observam atualmente. Será que tudo o que vemos hoje ainda pode ser chamado de política?

É justo considerar as campanhas eleitorais recentes e passadas como atividades verdadeiramente políticas? Todos os candidatos a cargos eletivos podem ser considerados políticos? Quantos realmente merecem esse título?

O crescente descrédito da política entre a população reflete o afastamento do compromisso com o bem comum, substituído pela busca de interesses particulares, seja de oportunistas ou daqueles que os financiam. Notamos, inclusive, a crescente influência do crime organizado no financiamento e promoção de candidaturas em todo o país, um fenômeno que muitas vezes passa despercebido.

A política é a força que molda a estrutura de uma sociedade. Mas no caso do Brasil, será que é a sociedade que está moldando a política? Será que temos alguma responsabilidade nisso tudo?

#politica #candidato #itapira #futuro #eleição #consciente #voto


segunda-feira, 19 de agosto de 2024

A urna não é privada!

A visão que cultivamos sobre os políticos brasileiros é desalentadora. Práticas como corrupção, falta de transparência e prevalência de interesses individuais parecem ser predominantes.

Os políticos não brotam do nada. Nós os escolhemos e elegemos, sejam de direita, esquerda ou centro. E mais do que isso, muitos conseguem ser reeleitos repetidas vezes. Talvez seja hora de reconhecer que uma parcela da responsabilidade é nossa. Onde foi que erramos?

Os candidatos surgem do nosso próprio meio. Não é possível acreditar que a maioria da população tem o mesmo perfil e produza amostras tão desqualificadas. Há políticos que merecem a nossa confiança, mas é minoria. Precisamos ter maioria!

A corrida eleitoral municipal começou. Os candidatos buscarão o nosso voto. Existe um ditado que afirma que aprendemos com os nossos erros. Se erramos, aprendemos? Talvez esta eleição possa marcar uma virada. Ao escolher um candidato, o histórico é importante, assim como suas declarações, seus gestos e suas ações. Ajuda, mas não é suficiente.

O candidato a prefeito deve apresentar propostas sólidas, voltadas para o bem-estar da comunidade. Ele tem planos para melhorar a saúde pública? Possui estratégias para promover emprego e renda? A educação é uma de suas prioridades? Não basta ter boas intenções. Deve passar confiança e ser qualificado para o cargo.

O cargo de vereador costuma ser a entrada na política, por isso, a escolha deve ser ainda mais cuidadosa. As ideias do candidato são consistentes? Sua história de vida corrobora com o que afirma? Suas propostas são viáveis? Sabe o que é ser vereador?

A nossa responsabilidade não termina no voto; é necessário acompanhar e cobrar.

Em última análise, a urna não é privada, é pública. Nossa decisão é individual, mas a soma dos votos tem impacto sobre todo mundo. Talvez um dia possamos ter orgulho dos nossos políticos, e nesse dia, também teremos orgulho de nós mesmos.

#política #prefeito #vereador #eleição #itapira


quinta-feira, 1 de agosto de 2024

O PT é Maduro, mas não está maduro

 

Partidos políticos, candidatos e cidadãos têm a liberdade de expressar suas opiniões dentro dos parâmetros estabelecidos pela Constituição. O público é livre para julgar, concordar ou discordar. Aqueles que proferem absurdos, enfrentam as consequências.

O PT tem o direito de se identificar com governos de esquerda ao redor do globo. Da mesma forma, outros partidos podem se aliar a governos direitistas mundiais.

Regidos pela Constituição, o Brasil orienta suas relações internacionais pelos princípios da não-intervenção, autodeterminação dos povos, cooperação internacional e solução pacífica de conflitos. Somos um país que aspira ao crescimento econômico e, nessa busca, países amigos são sempre bem-vindos.

Entretanto, manter relações cordiais com outras nações não significa endossar ou aprovar práticas que rejeitaríamos em solo pátrio, como golpes, terrorismos, invasões ou atos antidemocráticos. O governo venezuelano, no poder há 11 anos, tem se mantido à frente por meio de estratégias questionáveis: silenciou a imprensa livre, remodelou a composição do Tribunal Supremo de Justiça, cooptou deputados, favoreceu o alto comando militar, criou milícias e controlou órgãos públicos, colocando aliados estratégicos, inclusive no Conselho Nacional Eleitoral.

Desde o anúncio das eleições, várias irregularidades foram reportadas, da exclusão de candidatos da oposição até a desconvocação de observadores internacionais. Sem a apresentação das atas eleitorais, o potencial para manipulação é significativo. Maduro, assume o posto de ditador, empregando todos os meios possíveis para se manter no poder de um país economicamente devastado. Há razões de sobra para que os venezuelanos anseiem por mudanças.

O Brasil almeja e necessita manter sua posição de liderança na América do Sul, com diversos interesses em comum com a Venezuela, especialmente pela extensa fronteira e a floresta amazônica. Lula e o PT podem preservar a amizade com Maduro, mas não devem desejar para os venezuelanos o que não aceitamos para nós: a ausência de democracia e o desrespeito à vontade da maioria.

O PT está em xeque. Madurar ou amadurecer.

#politica #direita #esquerda #democracia #historia #ditadura

sexta-feira, 12 de julho de 2024

Esquerda, direita. Sobrevivência.

Nas ditaduras, autocracias, teocracias e monarquias absolutistas, a diversidade de pensamento é suprimida. Embora esses regimes possam se alinhar a uma ideologia específica, seus métodos de operação são semelhantes: concentração de poder, negação de direitos e liberdades individuais, controle das leis e da justiça e controle da informação.

Em contraste, a democracia é um terreno fértil para o livre pensamento e a pluralidade de ideias. A garantia de direitos e liberdades individuais, como a liberdade de expressão e de associação, permite que diferentes correntes de pensamento, tanto de direita quanto de esquerda, floresçam e se expressem livremente.

A democracia vai além das garantias constitucionais; ela está enraizada na mentalidade da sociedade. O voto é o instrumento fundamental para que os cidadãos participem da vida política, escolhendo seus representantes e influenciando as decisões.

Ao analisarmos as eleições em países democráticos, observamos uma divisão natural do eleitorado entre direita e esquerda, com diferentes nuances e espectros ideológicos. Essa divisão reflete a diversidade de pensamentos e valores presentes na sociedade.

Direita e esquerda são interdependentes, não apenas para a sobrevivência, mas pelo controle que uma pode exercer sobre a outra. Por exemplo, durante os dois primeiros mandatos do governo Lula, a corrupção enfraqueceu o petismo. Se naquela época houvesse partidos de direita fortes fiscalizando, será que a história seria a mesma? Durante o governo Bolsonaro, enfrentamos problemas na gestão da pandemia, afrouxamento de políticas públicas e orçamento secreto. Se a esquerda não estivesse tão enfraquecida, será que a reeleição não teria sido vitoriosa? Quando há um opositor atento, o outro lado toma mais cuidado. Um acaba ajudando o outro, mesmo sem querer.

Na democracia, a oposição desempenha um papel crucial. Mais do que se contrapor ao governo, ela tem a responsabilidade de apresentar alternativas, fiscalizar o poder e contribuir para o debate público. Dessa forma, a democracia se fortalece e todas as correntes de pensamento continuam a existir.

#politica #direita #esquerda #democracia #historia

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Direita e esquerda. A missão!

As raízes do pensamento de direita estão no conservadorismo, na monarquia e na autoridade religiosa. Esta ideologia evoluiu enfatizando a ordem social, a estabilidade política e os valores tradicionais da família e da propriedade. No século XX, a direita se posicionou contra o socialismo e o comunismo, especialmente durante a Guerra Fria, defendendo a democracia. Nas décadas de 70 e 80, a direita revitalizou o neoliberalismo, promovendo políticas de livre mercado, desregulamentação econômica e redução do papel do Estado na economia.

A esquerda emergiu no final do século XVIII com as lutas trabalhistas e foi impulsionada por ideias socialistas e comunistas, levando à formação de partidos trabalhistas. No século XX, o socialismo e o comunismo tiveram grande impacto global, mas a Guerra Fria polarizou a disputa entre esquerda e direita. Com a ascensão do neoliberalismo nos anos 70 e 80, muitas nações ocidentais enfrentaram crises econômicas, fazendo com que a esquerda adotasse políticas de centro-esquerda e social-democracia para se adaptar à nova realidade.

Hoje, a dicotomia entre esquerda e direita é mais complexa, com várias vertentes que variam em radicalismo, moderação e combinações de ideias. Em março deste ano, o IPEC perguntou: “Na política, as pessoas falam muito em ser de esquerda ou de direita. Numa escala onde 0 significa esquerda e 10 significa direita, como você se considera?” Os resultados foram: 18% se consideraram de esquerda, 28% de centro e 41% de direita. Em 2020, uma pesquisa semelhante mostrou que 17% se diziam de esquerda e 39% de direita. Tecnicamente, pouca coisa mudou. Contudo, um ponto chamou a atenção: entre os eleitores de Lula nas últimas eleições, 27% se consideraram de direita, indicando que as urnas não refletiram uma vitória estritamente dos eleitores de esquerda.

Enquanto os extremos, direita e esquerda, se esforçam para se manterem fiéis às suas tendências, o grupo intermediário, centro-direita e centro-esquerda, dependendo dos candidatos, pode migrar para o outro lado. Em eleições apertadas, é esse grupo que define o resultado. O fiel da balança!

Continua...

#politica #direita #esquerda #democracia #historia

terça-feira, 9 de julho de 2024

Esquerda ou direita? Eis a questão!

A formação da esquerda brasileira teve início nos primórdios do século XX apoiada fortemente pelos movimentos operários e influenciada pelo pensamento socialista, mas sem obter relevância eleitoral. Até 1985, a direita manteve-se no centro do poder. Com o desgaste causado pela situação econômica e social, a direita perdeu protagonismo, levando o governo militar a dar início ao processo de redemocratização.

Enquanto os partidos que combateram a ditadura ganhavam força nas urnas, os políticos de direita, na tentativa de conter as perdas, adotaram a estratégia de não se declararem “direitistas”. A esquerda, visando enfraquecer o adversário, aproveitou para demonizar a direita. Como consequência, a esquerda ganhou espaço, e a direita passou a se posicionar como “centro”. No poder, a esquerda cometeu excessos.

Por cerca de 30 anos, o Brasil parecia fingir que a direita não existia. Em 2013, ela começou a ressurgir e, em 2018, chegou ao poder, repetindo alguns dos mesmos erros cometidos pela esquerda, entre eles, a crença de que um lado pode sobreviver sem o outro. Não existem eleitores 100% esquerdistas, nem 100% direitistas.

Aristóteles definiu o homem como um animal político. Ao longo da história, a civilização buscou a organização social e o poder. A política interage e negocia para alcançar objetivos individuais e coletivos. Apesar de nos alinharmos a determinadas ideias, estas não seguem um padrão fixo. A inclinação política não é instantânea; ela depende de fatores pessoais, familiares, sociais, culturais e psicológicos. Trata-se de um processo individual e complexo que reúne pessoas com tendências que vão da extrema-direita à extrema-esquerda.

Quem valoriza a liberdade individual, a livre iniciativa, a aceitação da desigualdade social como um fenômeno natural inevitável e o conservadorismo se posiciona politicamente à direita. Quem defende a igualdade e justiça social, a intervenção estatal para garantir o essencial e o progressismo integra a esquerda. No entanto, diversas correntes gravitam entre o radicalismo (extremo) e a moderação (centro-direita ou centro-esquerda).

Não existe um lado certo. Ambos possuem pontos positivos e negativos. Quem decide? A maioria.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Direita? Esquerda? O que é isso?

 

Entre meados dos anos 1970 e 2013, a direita brasileira viveu um período de "apagão". Políticos e partidos evitavam se identificar com o termo. Isso, no entanto, não significou que a direita brasileira estava fora do jogo, como desejava a esquerda nacional, mas sim, prejudicou o debate ideológico e a evolução política do país.

Um dos efeitos colaterais desse "apagão" foi o surgimento do "Centrão", congressistas que colocam seus interesses pessoais, nem sempre republicanos. Além disso, a ausência de uma direita assumida gerou confusão no eleitorado sobre o que significava ser de direita ou de esquerda.

Para muitos, a distinção entre as correntes passou a ser feita com base em figuras políticas. Essa simplificação excessiva ignora a complexa gama de fatores que moldam a visão de mundo, sensibilidade, experiência e formação de cada indivíduo. Mudanças em bases tão sólidas não ocorrem por comando ou vontade de terceiros, mas sim de forma gradual, refletindo a realidade e suas nuances.

Apesar de suas falhas, a democracia é o único regime político capaz de promover o bem-estar da população. Para que funcione plenamente, é fundamental a participação popular, a existência de partidos políticos fortes e bem definidos, com alternância de poder.

É importante lembrar que a maioria, mesmo que nem sempre acerte, vota com a intenção de fazer o melhor. E quando erra, tem a chance de corrigir.

Ao longo da história, a figura do líder sempre esteve presente. No início, as decisões eram tomadas de forma coletiva. Com o crescimento das comunidades, a urbanização e a organização territorial, novas regras se impuseram, dando origem a reis, imperadores, califas, tiranos e ditadores. Figuras que concentravam poder e se distanciavam do povo. A partir do final da Idade Média, com os renascimentos cultural e científico, a Reforma Protestante, o Iluminismo e as revoluções Industrial, Francesa e Comunista (Guerra Fria), o pensamento político passou por profundas transformações.

Os termos "direita" e "esquerda" surgiram durante a Revolução Francesa, na Assembleia Nacional. Na ocasião, os representantes se dividiam entre progressistas (à esquerda) e conservadores (à direita).

Continua...

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Brasil e São Paulo avançam. Itapira, nem tanto!

Boas notícias nem sempre chegam a Itapira. Em maio, a taxa de desemprego recuou para 7,1%, o nível mais baixo desde janeiro de 2015. No ano passado, a massa salarial cresceu 11,7% acima da inflação. Que assim continue, pois nada é melhor do que a geração de emprego e renda para os brasileiros.

O país alcançou um recorde histórico em 2023, com 100,7 milhões de profissionais ocupados. Após retomarmos o nível pré-pandemia em 2022, o mercado continuou a se expandir, apesar da gastança federal desenfreada e da taxa de juros estratosférica (SELIC).

A notícia poderia ser ainda melhor se Itapira conseguisse acompanhar, ao menos de perto, a tendência nacional e estadual na geração de emprego e renda. Ao buscar informações no site do CAGED, sistema que oferece dados sobre trabalhadores contratados sob regime CLT no Brasil, observo Itapira, novamente, não aproveitando os bons ventos da geração de emprego. Segundo o CAGED, entre dezembro de 2023 e abril de 2024, o Brasil registrou um crescimento de 2,077%, enquanto o estado de São Paulo cresceu 2,105%. No mesmo período, Itapira não passou de 1,05%.

Como bem esclarecem os especialistas, quanto mais pessoas empregadas, maior é a soma dos salários recebidos. O aumento da massa salarial está relacionado com o PIB, que mede o desempenho da atividade econômica. Em resumo, quanto mais pessoas com dinheiro no bolso todos os meses, mais a economia de uma cidade gira: o comércio se movimenta, o setor de serviços comemora, a arrecadação aumenta, todo mundo ganha.

O Banco Central recentemente elevou a projeção do PIB de 1,9% para 2,3%. O Banco Mundial aumentou sua estimativa de 1,5% para 2%, e o FMI elevou de 2,1% para 2,2%. É possível estabelecer uma comparação: o crescimento de empregos com carteira assinada informados pelo CAGED mostra as taxas do Brasil e do estado de São Paulo equiparadas às projeções do PIB para 2024, contrastando com a taxa de Itapira 50% abaixo.

Esse é um grande desafio para o próximo prefeito. Itapira precisará implementar um programa desenvolvimentista robusto e reverter o atual quadro o mais rapidamente possível.

Como diz o velho ditado: dinheiro não aceita desaforo!