Entre meados dos anos 1970 e 2013, a direita brasileira viveu um período de "apagão". Políticos e partidos evitavam se identificar com o termo. Isso, no entanto, não significou que a direita brasileira estava fora do jogo, como desejava a esquerda nacional, mas sim, prejudicou o debate ideológico e a evolução política do país.
Um dos efeitos colaterais desse "apagão" foi o
surgimento do "Centrão", congressistas que colocam seus interesses
pessoais, nem sempre republicanos. Além disso, a ausência de uma direita
assumida gerou confusão no eleitorado sobre o que significava ser de direita ou
de esquerda.
Para muitos, a distinção entre as correntes passou a ser
feita com base em figuras políticas. Essa simplificação excessiva ignora a
complexa gama de fatores que moldam a visão de mundo, sensibilidade,
experiência e formação de cada indivíduo. Mudanças em bases tão sólidas não
ocorrem por comando ou vontade de terceiros, mas sim de forma gradual,
refletindo a realidade e suas nuances.
Apesar de suas falhas, a democracia é o único regime
político capaz de promover o bem-estar da população. Para que funcione
plenamente, é fundamental a participação popular, a existência de partidos
políticos fortes e bem definidos, com alternância de poder.
É importante lembrar que a maioria, mesmo que nem sempre
acerte, vota com a intenção de fazer o melhor. E quando erra, tem a chance de
corrigir.
Ao longo da história, a figura do líder sempre esteve
presente. No início, as decisões eram tomadas de forma coletiva. Com o
crescimento das comunidades, a urbanização e a organização territorial, novas
regras se impuseram, dando origem a reis, imperadores, califas, tiranos e
ditadores. Figuras que concentravam poder e se distanciavam do povo. A partir
do final da Idade Média, com os renascimentos cultural e científico, a Reforma
Protestante, o Iluminismo e as revoluções Industrial, Francesa e Comunista
(Guerra Fria), o pensamento político passou por profundas transformações.
Os termos "direita" e "esquerda"
surgiram durante a Revolução Francesa, na Assembleia Nacional. Na ocasião, os
representantes se dividiam entre progressistas (à esquerda) e conservadores (à
direita).
Continua...