terça-feira, 9 de julho de 2024

Esquerda ou direita? Eis a questão!

A formação da esquerda brasileira teve início nos primórdios do século XX apoiada fortemente pelos movimentos operários e influenciada pelo pensamento socialista, mas sem obter relevância eleitoral. Até 1985, a direita manteve-se no centro do poder. Com o desgaste causado pela situação econômica e social, a direita perdeu protagonismo, levando o governo militar a dar início ao processo de redemocratização.

Enquanto os partidos que combateram a ditadura ganhavam força nas urnas, os políticos de direita, na tentativa de conter as perdas, adotaram a estratégia de não se declararem “direitistas”. A esquerda, visando enfraquecer o adversário, aproveitou para demonizar a direita. Como consequência, a esquerda ganhou espaço, e a direita passou a se posicionar como “centro”. No poder, a esquerda cometeu excessos.

Por cerca de 30 anos, o Brasil parecia fingir que a direita não existia. Em 2013, ela começou a ressurgir e, em 2018, chegou ao poder, repetindo alguns dos mesmos erros cometidos pela esquerda, entre eles, a crença de que um lado pode sobreviver sem o outro. Não existem eleitores 100% esquerdistas, nem 100% direitistas.

Aristóteles definiu o homem como um animal político. Ao longo da história, a civilização buscou a organização social e o poder. A política interage e negocia para alcançar objetivos individuais e coletivos. Apesar de nos alinharmos a determinadas ideias, estas não seguem um padrão fixo. A inclinação política não é instantânea; ela depende de fatores pessoais, familiares, sociais, culturais e psicológicos. Trata-se de um processo individual e complexo que reúne pessoas com tendências que vão da extrema-direita à extrema-esquerda.

Quem valoriza a liberdade individual, a livre iniciativa, a aceitação da desigualdade social como um fenômeno natural inevitável e o conservadorismo se posiciona politicamente à direita. Quem defende a igualdade e justiça social, a intervenção estatal para garantir o essencial e o progressismo integra a esquerda. No entanto, diversas correntes gravitam entre o radicalismo (extremo) e a moderação (centro-direita ou centro-esquerda).

Não existe um lado certo. Ambos possuem pontos positivos e negativos. Quem decide? A maioria.