Desde a redemocratização, com exceções raríssimas, nenhum
político se declarava de direita, muito menos de extrema direita. Quem não se
identificava com a esquerda, autoproclamava-se de centro, como se os
direitistas estivessem banidos da vida política brasileira. Isso fortaleceu uma
esquerda arrogante que gradualmente se desconectou de suas próprias bandeiras e
abriu caminho para candidaturas outsiders e antissistema. Tal processo
prejudicou a formação política do povo brasileiro.
As manifestações de 2013 e as eleições de 2018 contribuíram
para dar maior visibilidade à direita e à extrema direita, especialmente em
discussões focadas na agenda de costumes e na consolidação do sentimento de
antipetismo.
Ao optar pela moderação neste ano, o eleitorado parece
buscar um período de reflexão para aprofundar a compreensão sobre o que
representam as posições políticas de esquerda e de direita, bem como suas
respectivas implicações, permitindo uma decisão mais informada entre
continuidade ou mudança nas próximas eleições, prática comum em países mais
desenvolvidos.
Itapira seguiu a tendência nacional: o prefeito foi
reeleito, assim como em 82% das cidades brasileiras, e os vereadores escolhidos
são considerados moderados. Entre os treze eleitos, cinco são situacionistas,
enquanto oito fazem parte da oposição. Ao não garantir a maioria na câmara para
o prefeito reeleito, o eleitorado enviou uma mensagem clara: a continuidade no
cargo está condicionada a um escrutínio mais rigoroso.