O voto obrigatório no Brasil é uma prática que, embora tenha sido justificável em um passado recente, hoje enfrenta questionamentos significativos. A baixa penalidade financeira para quem não vota e a simplicidade para justificar a ausência, combinadas com um crescente desencanto com a política, têm levado a um aumento contínuo nas taxas de abstenção eleitoral.
Ao contrastar essa situação com a
dos EUA, onde o voto é opcional, nota-se que em 2000, cerca de 45% dos cidadãos
americanos abstiveram-se de votar em qualquer candidato, enquanto no Brasil
esse percentual foi de 23%. Em 2020, os números mostram que 34% dos americanos
não participaram do processo eleitoral, enquanto no Brasil essa taxa foi de
35%. Esses dados indicam que o comportamento dos eleitores brasileiros se
assemelha ao dos eleitores americanos, sugerindo que a obrigatoriedade do voto
pode não estar mais contribuindo de maneira efetiva para o fortalecimento da
democracia brasileira.
A possibilidade de escolha entre
participar ou não do processo eleitoral, característica do voto facultativo,
tende a promover um engajamento mais consciente dos eleitores que decidem
votar, resultando em votos mais alinhados com suas convicções políticas. Por
outro lado, aqueles que não se sentem representados ou desconfiam do sistema
político podem optar por não votar, evitando assim votos desinformados ou de
protesto.
Advogar pelo voto facultativo implica reconhecer que, além das qualificações necessárias para o exercício do cargo, é fundamental incentivar a participação eleitoral. Nesse contexto, é essencial que os eleitores sejam estimulados e convencidos de que sua presença nas urnas e seu voto podem efetivamente influenciar o resultado das eleições. Do contrário, a participação eleitoral pode parecer irrelevante.
Voto facultativo já!
#Democracia #Eleição #Politica