terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Quem merece, fica. Quem não merece, tchau!

 

Na Câmara Municipal de Itapira, está em discussão um projeto de resolução que sugere um aumento salarial de 88% para os vereadores.

É compreensível que a sociedade questione os políticos, especialmente quando eles aprovam medidas que lhes dão vantagens, algo que a maioria dos cidadãos não pode usufruir. É frequente ver políticos buscando cargos e benefícios de forma excessiva e, em alguns casos, aceitando subornos em troca de seus votos ou apoio. Imagem negativa que eles carregam há anos. Mas será que apenas criticar é suficiente, ou estamos mirando nos alvos errados?

É adequado que os vereadores recebam salários? No passado, os vereadores não eram remunerados, o que limitava a representação, pois apenas aqueles com recursos financeiros e tempo disponível podiam se candidatar. Sem remuneração, a maioria da população não tinha voz nem era atendida em suas necessidades. Portanto, a remuneração é essencial para ampliar a representatividade.

O salário dos vereadores é alto? O trabalho de um vereador não se resume às sessões legislativas. Vereadores dedicados se esforçam bastante, estando sempre à disposição da população, que muitas vezes só neles encontra apoio. Além disso, eles se dedicam a estudos legislativos e atividades de fiscalização.

Um aumento de 88% seria exagerado? Levando em consideração que o último reajuste foi em 2014 e analisando os índices de inflação e projeções, um aumento de 88% parece estar dentro de um limite razoável. Democracia tem custo.

O problema não está em questionar, mas em reclamar da maneira errada ou na hora errada. Fazemos isso há anos e nada muda. O que um político teme não é a crítica ou a prisão, mas perder a eleição e o poder. Por isso, não podemos deixar de acompanhar suas ações, principalmente nos assuntos mais importantes, como fazem os países mais desenvolvidos.

Espera-se que um vereador trabalhe em benefício da população, não apenas praticando assistencialismo. Devemos manter um olhar crítico constante.

Na eleição deste ano, Itapira reelegeu 8 dos 10 vereadores, um indicativo de alto índice de aprovação. O vereador tem um patrão: o eleitor. Se o projeto for aprovado, será um sinal de que os reeleitos acreditam ser merecedores. A palavra final é do patrão, em 2028, será o momento certo para a avaliação sobre o merecimento e decidir quem merece ficar e quem deve ser substituído. É assim que deve ser! Ou não?