sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Eleições: EUA 2 x 2 Brasil

 


Quem gosta de política, como eu, deve estar acompanhando as apurações dos votos dos EUA. Não resta a menor dúvida, um show de democracia associado a um show de dúvidas e incertezas por conta de um sistema arcaico de votação e apuração.

Melhor seria, imagino, que as apurações dos votos americanos ocorressem como no Brasil, onde há vinte e dois anos nenhuma questiúncula em relação à lisura do processo de contagem da vontade popular é significativa, sem falar na rapidez com que os resultados são apresentados. Ponto para o Brasil.

Nem tudo são flores, se conseguimos implantar um sistema eficiente de apuração dos votos, não podemos dizer o mesmo quanto à apuração dos recursos de campanha, abastecidos pelo famoso caixa dois oriundo de corrupção e de troca de favores lucrativos futuros. Ponto para os EUA.

O sistema americano, ao que parece, mantém-se anacrônico para mexer o mínimo possível com a configuração política. Apesar de eleições mais frequentes que a brasileira para as câmaras legislativas, por exemplo, o índice de renovação é baixíssimo, só aumenta quando os veteranos desistem das disputas por aposentadoria ou por problemas pessoais. No quesito renovação, o Brasil nas eleições de 2018 alcançou quase 50% na Câmara dos Deputados e 85% nas cadeiras do Senado. Ponto para o Brasil.

Nos EUA, o grosso dos gastos públicos fica com os 50 estados, por essa razão, são eles que acumulam denúncias de corrupção, quando elas aparecem. Nos últimos quatro anos, os EUA saíram da lista dos 20 primeiros países com menor percepção de corrupção, segundo o relatório anual da Transparência Internacional com sede em Berlim, mesmo assim, os escolhidos pelos americanos se mostram menos corruptos do que os escolhidos pelos brasileiros. Ponto para os EUA.

Quem sabe, um dia, a gente consegue virar esse jogo.