segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Rizolinha, o homem do sapato branco

Ao tomar conhecimento do falecimento de João Baptista de Almeida Rizola, uma memória significativa ressurgiu, envolvendo nossa interação nos idos dos anos oitenta. Conhecido como Rizolinha, ele se destacava em qualquer ambiente. Com sua constituição magra e esbelta, habilidade para uma boa conversa, exalava alegria e simpatia. Sempre bem-vestido, com estilo, carregava uma bolsa de couro e sapatos brancos que realçavam sua presença distinta. Embora nossos encontros não fossem frequentes, trocávamos algumas palavras de vez em quando.

Foi então que Rizolinha, representando a empresa Gaplan, me apresentou a oportunidade de adquirir um consórcio de veículos usados. Ele forneceu todas as informações necessárias, assegurando-me a liberdade de escolha entre diversos modelos. Ao receber o carnê, notei a indicação do modelo SCORT, o que me causou estranheza. Rizolinha, de forma pedagógica, explicou que isso era uma prática comum nos consórcios de usados.

Prossegui com os pagamentos e, ao ser contemplado, a Gaplan instruiu-me a adquirir um SCORT. Busquei Rizolinha novamente, que reiterou a flexibilidade e se comprometeu a resolver a situação. Sem solução imediata, ele me levou à sede da Gaplan em Itu. Após conversarmos com um responsável, fui informado de que a questão seria resolvida. Poucos dias depois, a carta de crédito foi liberada, e Rizolinha se ofereceu para me ajudar na compra.

Dirigimo-nos a Campinas, visitamos diversos estacionamentos, mas nenhum carro me agradou. Almoçamos em um restaurante na estrada para Souzas, local que Rizolinha conhecia desde seus tempos de caminhoneiro.

Na semana seguinte, Rizolinha surpreendeu-me com um Del Rey impecável, de um único dono que eu conhecia. Fechamos o negócio, e fiquei extremamente satisfeito com o veículo, que me serviu até a compra do meu primeiro carro zero, um Ford Verona.

Essa história revela o profissionalismo e a destreza de Rizolinha como vendedor. Embora sua presença marcante frequentemente dividisse opiniões, mantive a confiança e não me decepcionei.

Descanse em paz, Rizolinha.