O cristianismo predomina em muitos países desenvolvidos e democráticos, sendo que nos EUA e na Europa mais de 60% da população se identifica como cristã. Essas nações frequentemente são escolhidas por aqueles que buscam segurança, estabilidade e oportunidades de trabalho, fugindo de perseguições motivadas por questões de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou de situações de conflito armado e fome.
A história bíblica de José, Maria
e o Menino Jesus ilustra a antiga e universal necessidade de buscar refúgio.
Após o nascimento de Jesus, a Sagrada Família encontrou abrigo no Egito para
escapar do cruel decreto de Herodes, que ordenava a execução de crianças com
menos de dois anos. Esse episódio foi crucial para a preservação da vida de
Jesus, figura central na fé cristã.
A questão da imigração envolve
complexidades socioeconômicas e culturais. Entende-se a preocupação com a
chegada de estrangeiros. Contudo, para os cristãos, é imperativo refletir sobre
os ensinamentos de Jesus, que destacam a importância do acolhimento e da
compaixão para com os necessitados. Jesus disse: "Tive fome, e me destes
de comer; tive sede, e me destes de beber; era estrangeiro, e me acolhestes."
Ele também proclamou: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo", como
manifestação tangível do amor a Deus.
Apesar de a maioria dos cidadãos
americanos e europeus, assim como brasileiros, se declararem cristãos, a
demonstração de compaixão pelos refugiados e pelos desfavorecidos não reflete
integralmente os ensinamentos de Jesus. Observa-se uma aparente discrepância
entre a fé professada e as ações concretas de solidariedade.
É provável que essas incoerências entre crença e prática social estejam associadas à redução na adesão ao cristianismo. Há um século, mais de 90% da população ocidental se identificava como cristã. Atualmente, beira os 60%. Aumentou o número de indivíduos que não se vinculam a nenhuma religião, superando em alguns casos a população cristã. No Brasil, dados do censo de 2022 revelam que um em cada quatro jovens optou por não declarar uma religião, indicando uma tendência de secularização, especialmente entre as novas gerações.