quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Quanto valerá seu voto no dia 30?

Depende. Antes da apuração, valerá um. Depois, se vencedor, poderá valer muito, talvez o caminho entre a bem-aventurança e a tragédia; se perdedor, não produzirá nenhum efeito imediato.

Os votos eleitorais são como a morte: são todos iguais. Nem mais, nem menos. Pode ser homem ou mulher; rico ou pobre; preto ou branco; morador de cidade grande ou pequena, urbano ou rural; gostar ou não gostar do governante em exercício; letrado ou analfabeto; bonito ou feio; forte ou fraco; jovem ou velho. Todos iguais.

Algumas pessoas, talvez por ignorância ou arrogância, acreditam que o voto de uns é mais valioso do que o de outros. Houve um tempo em que esse pensamento fazia sentido: os coronéis manipulavam as eleições; os patrões exigiam que seus empregados votassem nos candidatos indicados por eles; o sistema eleitoral era falho e corrompido; as fraudes eram visíveis, provadas e comprovadas. Tempo de um Brasil que patinava, atraso total.

Alguns ranços dos velhos tempos ainda dão as caras. Há quem aposte na figura do medo para vencer a consciência do eleitor. Há quem use temas desconexos de um programa de governo para ludibriar a escolha. Há quem use Deus indevidamente como cabo eleitoral. Ainda não se sabe até que ponto as estratégias, usadas na velha república, irão funcionar. É sabido que a eleição deste ano será uma verdadeira prova de fogo para a democracia e para o futuro do Brasil, qualquer que seja o resultado. Lições serão tiradas. Gostando ou não, é assim que uma sociedade evolui politicamente.  

O voto é como o átomo: é a unidade fundamental da matéria (democracia), cada qual com sua própria identidade; pode gerar reações; é minúsculo, eterno e indivisível; ora se combina, ora se desagrega; é movido por forças da natureza e pode determinar as características futuras.

Quanto valerá seu voto no dia 30?