Depende. Antes da apuração, valerá um. Depois, se vencedor, poderá valer muito, talvez o caminho entre a bem-aventurança e a tragédia; se perdedor, não produzirá nenhum efeito imediato.
Os votos eleitorais são como a
morte: são todos iguais. Nem mais, nem menos. Pode ser homem ou mulher; rico ou
pobre; preto ou branco; morador de cidade grande ou pequena, urbano ou rural; gostar
ou não gostar do governante em exercício; letrado ou analfabeto; bonito ou feio;
forte ou fraco; jovem ou velho. Todos iguais.
Algumas pessoas, talvez por
ignorância ou arrogância, acreditam que o voto de uns é mais valioso do que o de
outros. Houve um tempo em que esse pensamento fazia sentido: os coronéis
manipulavam as eleições; os patrões exigiam que seus empregados votassem nos
candidatos indicados por eles; o sistema eleitoral era falho e corrompido; as
fraudes eram visíveis, provadas e comprovadas. Tempo de um Brasil que patinava,
atraso total.
Alguns ranços dos velhos tempos ainda
dão as caras. Há quem aposte na figura do medo para vencer a consciência do
eleitor. Há quem use temas desconexos de um programa de governo para ludibriar a
escolha. Há quem use Deus indevidamente como cabo eleitoral. Ainda não se sabe
até que ponto as estratégias, usadas na velha república, irão funcionar. É
sabido que a eleição deste ano será uma verdadeira prova de fogo para a
democracia e para o futuro do Brasil, qualquer que seja o resultado. Lições
serão tiradas. Gostando ou não, é assim que uma sociedade evolui politicamente.
O voto é como o átomo: é a
unidade fundamental da matéria (democracia), cada qual com sua própria identidade;
pode gerar reações; é minúsculo, eterno e indivisível; ora se combina, ora se
desagrega; é movido por forças da natureza e pode determinar as características
futuras.
Quanto valerá seu voto no dia 30?