quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

A vida veio do Céu!

 


Desde tempos imemoriais, questionamentos como "De onde viemos?" e "Para onde vamos?" capturam a imaginação humana. A investigação sobre a origem da vida é tão antiga quanto nossa própria história. Essa jornada espelha a curiosidade intrínseca do homem em desvendar sua existência e o universo.

Na Pré-História, mitos surgiram para dar sentido à criação. A Idade Média europeia favoreceu a narrativa bíblica da criação divina, destacando o homem como coroa da criação, à imagem de Deus. Para os ufólogos, a vida na Terra é resultante das visitas de extraterrestres.

Na ciência moderna, a Teoria da Evolução Química, aceita desde 1924, postula que a vida derivou de reações químicas há cerca de 3,5 a 4 bilhões de anos.

Esta semana, um artigo, publicado na respeitadíssima “Nature”, apresentou análise das amostras do asteroide Bennu, revelando compostos orgânicos essenciais, como 14 aminoácidos e bases do DNA — adenina, guanina, citosina e timina —, além de minerais que sugerem a presença de água. A sonda Osiris Rex, da NASA, lançada em 2023, coletou aproximadamente 120 gramas de material de Bennu, um asteroide que orbita próximo à Terra a cada seis anos.

Essas descobertas reforçam a hipótese de que asteroides podem ter trazido água e compostos orgânicos vitais à Terra, fundamentais para o surgimento dos oceanos e da vida, em uma época de intensos bombardeios no início do Sistema Solar.

Embora haja divergências nas interpretações sobre a origem da vida terrestre, uma ideia converge: a vida, de alguma forma, veio do Céu.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

A verdade favorita!

A busca pela verdade é um dos pilares humanos fundamentais e reconhecer a diversidade de suas manifestações é essencial para compreender a complexidade do mundo em que vivemos. Cada tipo de verdade tem suas nuances e importância:

Absoluta: Caracteriza-se por sua universalidade e imutabilidade. Essas verdades são consideradas constantes e não dependem de opinião ou crença pessoal.

Relativa: É a verdade flexível e dependente de pontos de vista individuais ou contextos específicos. O que é verdadeiro em uma cultura ou situação pode não se aplicar a outra.

Consensual: Pode ser observada em decisões coletivas, onde a verdade é uma espécie de média ponderada das opiniões presentes.

Pragmática: A verdade de uma crença é julgada por sua utilidade prática e seus resultados.

Científica: É uma verdade que se constrói através de experimentação, observação e análise crítica. É dinâmica e evolutiva, reconhecendo que novas descobertas podem alterar o entendimento prévio.

Filosófica: Envolve reflexões profundas sobre a existência, a realidade e a moralidade

Moral: Está ligada aos valores éticos e à conduta correta. A verdade moral pode ser influenciada por sistemas de crenças, religiões e normas sociais, variando significativamente entre diferentes sociedades e épocas.

Legal: No âmbito jurídico, a verdade é estabelecida através de processos legais, provas e testemunhos.

Empírica: É aquela que podemos verificar diretamente através dos nossos sentidos ou instrumentos que estendem nossa capacidade de observação.

Subjetiva: É única para cada indivíduo, moldada por suas experiências pessoais, emoções e pontos de vista. Esta forma de verdade é altamente pessoal e pode ser muito diferente de pessoa para pessoa.

Objetiva: Pretende ser independente do observador, como fatos históricos ou descobertas científicas que são aceitas universalmente.

Parcial: Reconhece a pluralidade de perspectivas e a ideia de que a verdade completa pode ser uma soma de diferentes verdades parciais.

Favorita: A que, mesmo com limites de repertório, se adapta ao universo criado para proporcionar felicidade instantânea para uns e, talvez, infelicidade para outros.

A verdade é única! Não tem dono e, inevitavelmente, sempre emerge.




segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Rizolinha, o homem do sapato branco

Ao tomar conhecimento do falecimento de João Baptista de Almeida Rizola, uma memória significativa ressurgiu, envolvendo nossa interação nos idos dos anos oitenta. Conhecido como Rizolinha, ele se destacava em qualquer ambiente. Com sua constituição magra e esbelta, habilidade para uma boa conversa, exalava alegria e simpatia. Sempre bem-vestido, com estilo, carregava uma bolsa de couro e sapatos brancos que realçavam sua presença distinta. Embora nossos encontros não fossem frequentes, trocávamos algumas palavras de vez em quando.

Foi então que Rizolinha, representando a empresa Gaplan, me apresentou a oportunidade de adquirir um consórcio de veículos usados. Ele forneceu todas as informações necessárias, assegurando-me a liberdade de escolha entre diversos modelos. Ao receber o carnê, notei a indicação do modelo SCORT, o que me causou estranheza. Rizolinha, de forma pedagógica, explicou que isso era uma prática comum nos consórcios de usados.

Prossegui com os pagamentos e, ao ser contemplado, a Gaplan instruiu-me a adquirir um SCORT. Busquei Rizolinha novamente, que reiterou a flexibilidade e se comprometeu a resolver a situação. Sem solução imediata, ele me levou à sede da Gaplan em Itu. Após conversarmos com um responsável, fui informado de que a questão seria resolvida. Poucos dias depois, a carta de crédito foi liberada, e Rizolinha se ofereceu para me ajudar na compra.

Dirigimo-nos a Campinas, visitamos diversos estacionamentos, mas nenhum carro me agradou. Almoçamos em um restaurante na estrada para Souzas, local que Rizolinha conhecia desde seus tempos de caminhoneiro.

Na semana seguinte, Rizolinha surpreendeu-me com um Del Rey impecável, de um único dono que eu conhecia. Fechamos o negócio, e fiquei extremamente satisfeito com o veículo, que me serviu até a compra do meu primeiro carro zero, um Ford Verona.

Essa história revela o profissionalismo e a destreza de Rizolinha como vendedor. Embora sua presença marcante frequentemente dividisse opiniões, mantive a confiança e não me decepcionei.

Descanse em paz, Rizolinha.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

O comunismo do Papa Francisco!

Para muitos conservadores, qualquer pessoa que não compartilhe ou não defenda suas mesmas convicções é automaticamente rotulada de comunista, esquerdista, petista ou termos semelhantes. Nem mesmo o Papa Francisco escapa dessa tendência de simplificação e rotulação.

Historicamente, o conservadorismo é uma marca distintiva da Igreja Católica, que se dedica a preservar e transmitir sua doutrina e ensinamentos religiosos ao longo dos séculos. A Igreja, como instituição, tem a função essencial de manter vivos os valores e princípios estabelecidos pela sua teologia e magistério, embora se adapte de maneira gradual às transformações sociais e culturais.

O Colégio Cardinalício, majoritariamente conservador, reflete essa natureza histórica. Dada a necessidade de dois terços dos votos para a eleição de um Papa, é evidente que um Papa com ideais comunistas, como muitos erroneamente interpretam, jamais seria escolhido para liderar a Igreja Católica.

O Papa Francisco, assim como seus antecessores, tem sua lealdade voltada primeiramente para os ensinamentos católicos. Estes incluem uma ampla gama de documentos sociais e encíclicas que abordam justiça social, dignidade humana e equidade, princípios que compõem a Doutrina Social da Igreja. Essa doutrina não se alinha com o comunismo ou outras ideologias políticas. Ela propõe uma reflexão ética sobre como os católicos devem abordar questões de justiça e bem-estar social à luz da fé cristã. Por essa razão, Francisco frequentemente critica a desigualdade social e o consumismo, além de denunciar sistemas que não respeitam a liberdade religiosa e a dignidade individual — aspectos que historicamente o comunismo nem sempre abraçou.

As diferenças entre comunismo e cristianismo são profundas, especialmente quando consideramos a compreensão da existência de Deus. Não discernir essas divergências é resultado não apenas de uma falta de conhecimento sobre o comunismo, mas, principalmente, de uma deficiência na compreensão dos fundamentos dos ensinamentos de Cristo.

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sábado, 11 de janeiro de 2025

Corrupção: do Pau-Brasil ao Orçamento Secreto

A corrupção é unanimemente reconhecida como um câncer a ser extirpado, uma contradição que une o Brasil na reprovação. Ainda assim, ela persiste vigorosa. Por quê?

Desde as raízes coloniais, a corrupção está presente no Brasil, moldando-se às estruturas de poder. No período colonial, a centralização e a vastidão do território permitiam a corrupção sem fiscalização efetiva. O Império formalizou o clientelismo e o nepotismo, enquanto a República Velha viu os coronéis corromperem o processo eleitoral.

A modernização do Estado na Era Vargas abriu novas frentes, especialmente com a maior intervenção estatal na economia. A corrupção se sofisticou, infiltrando-se em contratos e licitações. Mesmo sob a ditadura militar, ela prosperou, embora oculta pela falta de liberdade de imprensa e de instituições de controle independentes.

A redemocratização trouxe demandas por controle e transparência, mas a realidade mostrou-se desafiadora. O impeachment de Collor, os escândalos do Mensalão durante o governo Lula e a Operação Lava Jato são marcos que evidenciam a persistência da corrupção.

A eleição de Bolsonaro introduziu o controverso Orçamento Secreto, uma prática obscura de distribuição de verbas que deslocou poder para o Legislativo sem a devida responsabilização. Lula, reeleito com a promessa de reprimir abusos, viu a resistência do Congresso a tais mudanças se acentuar.

Políticos brasileiros frequentemente exploram a plataforma anticorrupção durante as eleições, mas uma vez no poder, o tema é negligenciado. Infelizmente, muitos eleitores não pressionam por mudanças significativas e até resistem a elas, seja por desinformação ou por algum benefício direto ou indireto das práticas corruptas e de sonegação.

A chave para enfrentar a corrupção não está apenas em leis mais severas, mas em uma transformação cultural que promova a ética e a responsabilidade como valores inegociáveis. A sociedade deve exigir transparência e rejeitar a corrupção sistematicamente, enquanto fortalece as instituições de controle e mantém um jornalismo livre e investigativo. Só assim o Brasil poderá avançar efetivamente nesse mal histórico que tanto o aflige.

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segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Jesus também foi um refugiado!

O cristianismo predomina em muitos países desenvolvidos e democráticos, sendo que nos EUA e na Europa mais de 60% da população se identifica como cristã. Essas nações frequentemente são escolhidas por aqueles que buscam segurança, estabilidade e oportunidades de trabalho, fugindo de perseguições motivadas por questões de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou de situações de conflito armado e fome.

A história bíblica de José, Maria e o Menino Jesus ilustra a antiga e universal necessidade de buscar refúgio. Após o nascimento de Jesus, a Sagrada Família encontrou abrigo no Egito para escapar do cruel decreto de Herodes, que ordenava a execução de crianças com menos de dois anos. Esse episódio foi crucial para a preservação da vida de Jesus, figura central na fé cristã.

A questão da imigração envolve complexidades socioeconômicas e culturais. Entende-se a preocupação com a chegada de estrangeiros. Contudo, para os cristãos, é imperativo refletir sobre os ensinamentos de Jesus, que destacam a importância do acolhimento e da compaixão para com os necessitados. Jesus disse: "Tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era estrangeiro, e me acolhestes." Ele também proclamou: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo", como manifestação tangível do amor a Deus.

Apesar de a maioria dos cidadãos americanos e europeus, assim como brasileiros, se declararem cristãos, a demonstração de compaixão pelos refugiados e pelos desfavorecidos não reflete integralmente os ensinamentos de Jesus. Observa-se uma aparente discrepância entre a fé professada e as ações concretas de solidariedade.

É provável que essas incoerências entre crença e prática social estejam associadas à redução na adesão ao cristianismo. Há um século, mais de 90% da população ocidental se identificava como cristã. Atualmente, beira os 60%. Aumentou o número de indivíduos que não se vinculam a nenhuma religião, superando em alguns casos a população cristã. No Brasil, dados do censo de 2022 revelam que um em cada quatro jovens optou por não declarar uma religião, indicando uma tendência de secularização, especialmente entre as novas gerações.