É incrível, mas todas as gerações
que passaram por este mundo fizeram o mesmo que a atual tenta fazer sem
sucesso: manter o mundo imutável, do jeito que conheceu, sem mudanças significativas.
Eu me refiro às mudanças sociais, que mexe com as configurações e com as
estruturas da sociedade, alterando as referências culturais, os padrões de
comportamento e os valores que regulam as relações individuais. Mudanças que
vão dando aos mais velhos a dimensão de que realmente ficaram mais velhos.
Essas mudanças nem sempre são acertadas, mas certamente são corrigidas ao longo
do tempo, pois a motivação é a busca por mundo melhor. O mundo não deixa de mudar
só para não contrariar os que não querem as mudanças, por mais ardorosa que
seja a torcida contraria.
Até o início do século XX, entrava
geração, saía geração, pouca coisa mudava. A partir de 1925 seis gerações transformaram
o mundo: Veteranos, Baby Boomer, X, Y, Z e Alfa. Cada uma delas, com
características próprias, impôs mudanças socialmente mais agressivas, renovando
conceitos, apesar de muita resistência. O mundo é totalmente diferente do que
há cem anos. Descobrimos que somos seres em transformação, que somos levados
pela natureza, pela sociedade, pelas etapas da vida e pelo nosso crescimento
pessoal. Somos mais escolarizados e mais conectados com o mundo. A cada avanço,
as resistências caem. Os mais resistentes, mais cedo ou mais tarde, são vencidos.
Quem não se rende acaba sofrendo por mais tempo. É a lei da evolução social que
exige adaptação.
O termo “mascarado”, para
ficarmos em um simples e corriqueiro exemplo, na minha vida aparece em quatro momentos
distintos. O primeiro, nas brincadeiras de mocinho e bandido e nos bailes carnavalescos;
só alegria. O segundo me faz lembrar dos amigos e conhecidos bons de bola ou bons
de escola ou bons de qualquer outra coisa que, dependendo da postura arrogante,
a gente chamava de “mascarado”; pura dor de cotovelo. O terceiro vem dos
bandidos que usavam máscaras (muitos ainda usam) para a prática de crimes reais
ou nos filmes; motivo de preocupação. Finalmente, o quarto, a máscara que veio para
reduzir a propagação do vírus e nos proteger da Covid-19; medo de morrer.
Quando se fala em um mundo em
transformação, devemos considerar: os fenômenos atmosféricos e climáticos; os
grandes conflitos de poder, terra ou religião; a fome; as investidas
ditatoriais, os arroubos da juventude e as pandemias que impactaram a
humanidade: Peste Negra, século XIV, onde cerca de 150 milhões de pessoas
morreram e a Gripe Espanhola, de 1918, que matou cerca de 50 milhões de
pessoas. A máscara foi ajudante fundamental.
Hoje ninguém mais associa em
primeiro plano a máscara como um adereço de brincadeira ou de carnaval ou de
bandidagem. A máscara mais famosa é a que quase todo mundo está usando e que poderá
ser um acessório presente nas nossas vidas daqui em diante.
O Baile dos Mascarados pode não
terminar quando o Sol raiar. Depende de nós!