Antes dos anos 90, a terceirização de serviços essenciais
era rara nos municípios brasileiros. Com a onda privatista, que prometia melhor
qualidade e custos reduzidos, muitos prefeitos aderiram à prática em
setores-chave.
A alta demanda atraiu empresários desonestos, gerando uma
máfia que corrompe servidores e prefeitos. O crime organizado e políticos
corruptos logo viram nisso uma oportunidade para lavagem de dinheiro. Embora
não se deva generalizar, a honestidade nessas áreas tornou-se rara, e muitas
empresas estão sob investigação do Ministério Público e da Polícia Federal.
Os serviços terceirizados têm sido criticados pela população
por sua baixa qualidade, como ocorre com a coleta de lixo em nossa cidade.
Esperar que a próxima empresa vencedora cumpra o contrato com a prometida
eficiência parece otimista.
Com a insatisfação popular, aumentam os pedidos nas redes
sociais para a municipalização dos serviços de coleta de lixo. Talvez a solução
esteja no equilíbrio.
Um departamento pequeno, com um coordenador especializado,
poderia terceirizar a mão de obra e alugar equipamentos, mantendo a prefeitura
responsável pela qualidade. Essa ideia poderia reduzir custos e melhorar a
eficiência.
A redução do lixo e o aumento da reciclagem são essenciais.
Contudo, as empresas terceirizadas lucram com o volume coletado. Para elas,
mais lixo significa mais lucro, o que nos coloca em um dilema.