sexta-feira, 14 de março de 2025

Coleta de Lixo: vamos trocar seis por meia dúzia?

A prefeitura de Itapira anunciou, no mês passado, uma nova licitação para substituir a empresa responsável pela coleta de lixo, devido a falhas constantes. Dado o histórico, podemos esperar sucesso da nova contratada?

Antes dos anos 90, a terceirização de serviços essenciais era rara nos municípios brasileiros. Com a onda privatista, que prometia melhor qualidade e custos reduzidos, muitos prefeitos aderiram à prática em setores-chave.

A alta demanda atraiu empresários desonestos, gerando uma máfia que corrompe servidores e prefeitos. O crime organizado e políticos corruptos logo viram nisso uma oportunidade para lavagem de dinheiro. Embora não se deva generalizar, a honestidade nessas áreas tornou-se rara, e muitas empresas estão sob investigação do Ministério Público e da Polícia Federal.

Os serviços terceirizados têm sido criticados pela população por sua baixa qualidade, como ocorre com a coleta de lixo em nossa cidade. Esperar que a próxima empresa vencedora cumpra o contrato com a prometida eficiência parece otimista.

Com a insatisfação popular, aumentam os pedidos nas redes sociais para a municipalização dos serviços de coleta de lixo. Talvez a solução esteja no equilíbrio.

Um departamento pequeno, com um coordenador especializado, poderia terceirizar a mão de obra e alugar equipamentos, mantendo a prefeitura responsável pela qualidade. Essa ideia poderia reduzir custos e melhorar a eficiência.

A redução do lixo e o aumento da reciclagem são essenciais. Contudo, as empresas terceirizadas lucram com o volume coletado. Para elas, mais lixo significa mais lucro, o que nos coloca em um dilema.