Não se trata de uma premiação trivial. Estamos falando do
Oscar, que se aproxima de um século de existência, estabelecido para homenagear
anualmente as mais notáveis produções cinematográficas dos EUA e do globo. O
longa-metragem brasileiro "Ainda estou aqui" conquistou o Oscar de
Melhor Filme Internacional, um feito que reflete o julgamento de cerca de 10
mil membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Vale ressaltar
que o voto é exclusivo para aqueles que assistiram às obras em tela grande, garantindo
uma avaliação imersiva.
Esta é a primeira vez que um filme brasileiro alcança tal
honraria. Para dimensionar a magnitude dessa conquista, desde a criação da
categoria, apenas três outros países das Américas receberam a cobiçada
estatueta: a Argentina, com duas vitórias, e o México e o Chile, cada um com
uma.
Na seleção do vencedor, são ponderados critérios rigorosos:
a excelência artística e técnica, incluindo roteiro, direção, atuações,
fotografia, entre outros aspectos; o impacto emocional e narrativo da obra; sua
relevância cultural e social; além de originalidade e inovação cinematográfica.
Uma particularidade desta premiação é que, diferentemente de outras categorias,
o prêmio é atribuído ao país representado pelo filme.
O brilho do momento estendeu-se também à indicação de
Fernanda Torres na categoria de Melhor Atriz, além do filme ter sido
reconhecido entre os 10 Melhores do ano.
"Ainda estou aqui" não apenas celebra uma vitória
significativa para o cinema brasileiro, mas também desempenha um papel crucial
ao desvelar para muitos uma realidade histórica até então ignorada por uma
parcela significativa da nossa população, ao mesmo tempo em que compartilha com
o mundo as nuances de viver sob o véu opressivo de uma ditadura.