Ninguém pode negar, no entanto, o
poder que a constituição americana dá ao seu povo nas eleições. Em cinco meses,
os eleitores americanos irão às urnas para escolher o próximo presidente, e
pela primeira vez, um candidato condenado por um júri popular por um crime de
fraude contábil em 34 acusações ao ocultar um pagamento de US$ 130 mil para
comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels na eleição de 2016. Embora
caiba recurso, a maioria dos juristas americanos não vê chance de revisão.
A democracia americana é robusta,
garantindo a participação ativa dos cidadãos e o respeito aos direitos
individuais e coletivos. O eleitor religioso poderia se recusar a votar em
Trump devido ao fato de ele ter mantido uma relação extraconjugal enquanto sua
esposa acabava de dar à luz; o eleitor honesto poderia rejeitá-lo por ter
utilizado meios ilícitos para ganhar uma eleição, mesmo que esses fatos não
tenham sido os objetos da condenação, que foi por fraude contábil.
É possível imaginar uma
democracia que permita a eleição de um condenado criminalmente? Do ponto de
vista moral e ético, não. Mas, sob a ótica da soberania popular, sim. A
maioria, no momento do voto, deve decidir se as qualidades do candidato superam
ou não seus defeitos. Por enquanto, segundo os institutos de pesquisa
americanos, Trump parece ser o próximo presidente dos EUA.