Eu nunca acompanhei as previsões astrológicas do meu signo de Touro, apesar de minha mãe ter sido uma fã fervorosa do astrólogo Omar Cardoso. Como capricorniana, ela nunca perdia as previsões diárias transmitidas por suas emissoras de rádio favoritas. Ela ficaria triste ao saber que, atualmente, os signos do zodíaco podem ter mudado. Explico:
Os
signos foram definidos pelos babilônios (antiga Mesopotâmia, atual Iraque) há
mais de dois mil anos, baseando-se na posição das constelações no céu em cada
época do ano. Com o tempo, o Polo Norte, eixo da Terra, passou a apontar para
diferentes posições no céu, mudando, assim, as posições das constelações. Hoje,
a estrela Polaris (Ursa Minor) está alinhada com o eixo da Terra, mas na época
da definição dos signos, o alinhamento era com a Alpha Draconis (Draco).
Portanto, se o ponto de referência mudou, o signo também deveria ter mudado,
considerando que os astrólogos se baseiam na localização do Sol em relação à
constelação no momento do nascimento.
São
mais conhecidos dois movimentos da Terra estudados nas escolas: de rotação, que
define o dia e a noite, e o de translação, responsável pelas estações. Apesar
de menos conhecido, a Terra também possui o movimento de precessão, bastante
lento, semelhante ao movimento de um pião. Enquanto a Terra leva 365 dias para
completar uma volta ao redor do Sol, o período de precessão dura 26 mil anos.
No final do atual período de precessão, estaremos na constelação de Vega. Assim
como serão necessários treze mil anos para o percurso Polaris-Vega, outros 13
mil anos serão necessários para o percurso Vega-Polaris. Portanto, a visão
humana das estrelas muda com o tempo e com o avanço do conhecimento.
O
Observatório Europeu do Sul fez alguns cálculos e concluiu que, por exemplo,
quem nasceu no início do mês de maio do ano 200 seria de Touro, mas quem nasceu
na mesma data no ano 2000 seria de Aries e quem nascer no mesmo período do ano 4000,
será de Capricórnio. Muito doido, né? Mas é ciência!