Estamos mais uma vez às vésperas de um novo ciclo eleitoral, com a chegada dos candidatos à prefeitura e à câmara municipal. Com eles, surgem os mesmos discursos de sempre. No entanto, não devemos nos surpreender, pois faz parte do jogo político.
Assim
como de costume, os candidatos se apresentam com as melhores intenções,
enquanto tentam desacreditar seus adversários, retratando-os como portadores de
todos os defeitos imagináveis. Cabe a nós, eleitores, a difícil tarefa de fazer
a escolha certa. Em quem podemos confiar?
Antigamente,
os ataques entre candidatos eram feitos nos comícios, e o que não podia ser
dito em público acabava se transformando em boatos espalhados pelos cabos
eleitorais. Hoje em dia, esses ataques se modernizaram, utilizando-se da
tecnologia, com ferramentas como as fakes news, combinadas com deepfakes e
outras formas de desinformação.
As
fakes news, ou notícias falsas, são informações fabricadas, distorcidas ou
enganosas, apresentadas como verdadeiras, com o intuito de enganar, manipular
ou influenciar o eleitorado. Elas exploram as emoções das pessoas, utilizando
recursos que aumentam sua disseminação, como o medo, a raiva ou a afeição.
Diferentemente de erros jornalísticos, as fakes news são produzidas de forma
intencional, com pleno conhecimento de sua falsidade.
Um
desafio ainda maior é representado pelos deepfakes, tecnologia que manipula
vídeos, áudios e imagens, criando situações completamente falsas. Essa
tecnologia pode comprometer seriamente a credibilidade da informação, levando
muitas pessoas a acreditarem em conteúdos fraudulentos.
Vários
países têm agido para conter os danos das fakes news. No Brasil, foram
estabelecidas regras para tentar minimizar o impacto da inteligência artificial
nas eleições, incluindo a proibição do uso de chatbots e deepfakes, além da
obrigação das redes sociais e aplicativos de mensagens de remover conteúdos que
promovam ações antidemocráticas ou discurso de ódio.
Estudos
têm mostrado que as fakes news influenciaram os resultados das últimas
eleições, não apenas no Brasil, mas em vários países do mundo. Por isso,
medidas estão sendo tomadas para garantir que os eleitores não sejam enganados.
É importante ressaltar que combater as fakes news não significa violar a
liberdade de expressão, mas sim proteger a integridade do processo democrático.
Não
devemos nos desesperar. Com o tempo, as pessoas estão cada vez mais atentas e
desconfiadas em relação às fakes news, e muitas já não as levam a sério. A
identificação dos produtores e compartilhadores dessas informações falsas,
associada a determinados políticos, pode prejudicar lhes a credibilidade e,
quem sabe, revelar suas intenções inconfessáveis.
Um olhar atento, sensibilidade aguçada,
experiência pregressa e, acima de tudo, o compromisso de proporcionar o melhor
para a cidade são elementos cruciais que, entre os candidatos, podem prevenir
quatro anos de queixas e assegurar um futuro mais digno e promissor. Eleição
não é competição de egos. A escolha mais acertada é aquela que beneficia a
todos.