As pesquisas, tal qual como são realizadas, fazem mais parte da nossa vida do que muita gente imagina. Para muitos, elas só existem nas eleições. De fato, é quando ganham maior visibilidade. Elas são utilizadas para diversos fins, além das opiniões das pessoas sobre os candidatos, pesquisam informações sobre produtos e serviços; como as pessoas avaliam uma marca ou negócio; a aceitação de um novo produto; tendência dos leitores e da audiência aos meios de comunicação; o que as pessoas pensam sobre determinados assuntos etc. Enfim, o tempo todo, as pesquisas estão rolando em algum canto, sobre algo que diz respeito ao nosso dia a dia.
Conceitualmente, pesquisa de opinião é um levantamento científico e estatístico a partir de uma amostra específica em cima de um determinado público-alvo. Para apresentar bons resultados, depende da metodologia utilizada, das perguntas formuladas, da pesquisa de campo que pode ser presencial, nas ruas ou em casas, ou por telefone ou via internet. As presenciais são as mais consideradas, e, finalmente, a consolidação dos dados levantados com base no perfil socioeconômico oficial.
Os institutos mais conhecidos, há mais tempo no mercado, trabalham com pesquisas o ano todo e prestam serviços, majoritariamente, para as grandes empresas. Nenhuma empresa privada contrata um instituto sem a garantia de que a metodologia seja adequada e aponte para resultados confiáveis. O custo das pesquisas eficientes é alto. Ninguém gosta de jogar dinheiro fora.
Talvez, o grande erro daqueles quem não entendem o como as pesquisas funcionam é imaginá-las como uma bola de cristal, aquela que advinha o futuro. Toda e qualquer pesquisa confiável mede a tendência do momento e não o resultado final. Não é a pesquisa que muda a opinião, mas a opinião que provoca as variações nas pesquisas.
Mas afinal, as pesquisas eleitorais são ou não são confiáveis? A resposta é: depende do instituto. Aqueles que se preocupam com o “após o período eleitoral” e prestam serviços, majoritariamente, para as grandes empresas, com certeza, são confiáveis. Basta um risco de manipulação para perderem credibilidade. As grandes marcas não arriscariam seus futuros nos institutos que não trabalhassem nos seus restritos códigos de ética e de metodologia. Uma empresa que vende seus prognósticos eleitorais aos interesses deste ou daquele candidato, por exemplo, dificilmente terão serviços adquiridos depois. Isso já ocorreu no Brasil pela desconfiança ao Instituto Gallup.
Outro erro cometido por aqueles que não entendem como as pesquisas eleitorais funcionam é imaginar que elas influenciam, de forma significativa, o resultado de uma eleição. É verdade, que parte dos eleitores acaba votando naquele que está melhor posicionado, mas é verdade, também, que outros votam no segundo colocado para evitar que o primeiro vença. Ou seja, o eleitor usa a pesquisa, como ela deve ser usada, como meio de informação para decidir se muda o voto ou não de acordo com a sua conveniência. Resumindo, estar em primeiro nas pesquisas, não significa vitória certa, principalmente quando as pesquisas realizadas nas últimas semanas e véspera apresentarem variações significativas, momento de definição do voto.
A história das pesquisas eleitorais, tanto no Brasil como nos demais países democráticos, mostra que nem sempre aquele que sai na frente é o vencedor final, e isso não significa que elas erraram, mas que os eleitores mudaram de opinião.
As pesquisas eleitorais acabam contando a história da eleição. Nenhum candidato que não aparecer em primeiro lugar admitirá, e com razão, que as pesquisas desfavoráveis estão certas, isso esfriaria os apoiadores. Os principais concorrentes, contudo, em função dos resultados apontados por elas, ajustam o rumo da campanha, definem as cidades e as regiões que devem ser visitadas, os grupos sociais que merecem atenção etc.. Prova de que as pesquisas devem ser levadas a sério para quem quer sair vitorioso. Ignorá-las é um erro primário.