Nossa! Parece que foi ontem:
Saudávamos o ano que terminava.
Glorificávamos o novo que começava.
É! Parece que foi ontem:
Esperançávamos por um ano próspero.
Torcíamos para que ele fosse súpero.
Verdade! Parece que foi ontem:
Cantávamos felizes o ano que ia nascer.
Pedíamos muito dinheiro no bolso, saúde para dar e vender.
Mas, um pouquinho depois de ontem:
Deparávamos com o inacreditável.
Achávamos que o desenlace era expectável.
Nem todo mundo temia.
Lutávamos contra a pandemia.
Dois mil e vinte:
Talvez seja um ano para ser esquecido.
Pelo sonho do dinheiro desvanecido.
Pela saúde não sobrada, pelo sofrimento fornecido.
Talvez seja um ano a ser lembrado.
Pelo aprendizado consubstanciado.
Pelo movimento solidário tonificado.
Pelo sentimento família valorizado.
Seja bem-vindo, ano novo tão aguardado.
Mais feliz, bendito e normalizado.
Para que se realize o que não foi finalizado.
Que tenhamos, enfim, captado:
No bolso, muito dinheiro não é preciso.
Viver é preciso.
Depois, navegar suado.
Que tenhamos um ano bom.
Nem precisa ser especial.
Basta ser normal.
Nino & Família