segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Hoje, a Covid19 levou o meu amigo Paulinho

 


Como é a vida!

Estamos cansados de ver, todos os dias, o número de mortes pela Covid19.

Números impressionantes, inesperados, mas que por não estarem tão perto da gente, tudo passa como se aquelas mortes são todas iguais. Afinal, um dia todos nós morreremos e ninguém ficará para a semente. Mas é certo, que ninguém deve partir antes da hora.

É difícil até de imaginar o tamanho da tristeza que paira sobre cada família enlutada pela Covid. Para quem está próximo, a morte pela Covid19 deixa de ser um número. É vida que se vai e leva histórias ainda não vividas. Nem sempre olhamos para aqueles números como vidas que se foram antes do instante derradeiro.

O meu amigo Paulinho foi antes da hora e nem pode se despedir de sua família e nem dos seus amigos. Ele amava a vida. Gostava de viajar, mas para essa viagem ele não tinha pressa.

Paulino se cuidava. Buscou tratamentos precoces para evitar a Covid19. Usava máscara, evitava aglomerações, sentia-se protegido, mas o coronavírus o encontrou e venceu. Levou o Paulinho embora.  

Paulinho não será um número a ser somado às tantas outras mortes diárias. Ele era o meu amigo, era esposo, era filho, era pai e tinha uma coleção infindável de amigos.

Paulinho, percussionista de mão cheia, cantor de primeira linha, era também um grande contador de casos. Ele era um “self-mockery”, que por falta de uma expressão na nossa língua, busquei uma inglesa que bem define as pessoas que fazem piadas de si mesmo. Segundo os especialistas, essa é uma característica de quem está de bem com a vida.

Quantas histórias ele contou, casos onde ele era o protagonista, fantásticas, engraçadas, com o melhor humor do mundo. Quando ele as contava, era comum os nossos diafragmas quase entrarem em colapso, pois riamos sem folga, perdíamos o fôlego. Paulinho adorava festas, churrascos, uma roda de conversa, todas regadas a chopp e caipirinha.  Jamais ficava sem assunto. Estar com ele era sinônimo de alegria.

Paulinho, você se foi, cedo demais, mas construiu grandes lembranças e quem é lembrado vive eternamente. A sua presença física fará muita falta. O nosso consolo é que agora o Céu também está alegre com a sua chegada. Descanse em paz!