A ALESP aprovou nesta quarta-feira, 6, o projeto de lei de privatização da Sabesp, a cereja do bolo, promessa de campanha, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
No assunto privatização, a
sociedade se divide. Os privatistas entendem que a gestão privada é mais
eficiente do que a gestão estatal. Com uma administração, mais enxuta e menos
política, é possível oferecer serviços melhores, aumentar os investimentos e gerar
lucro. Já os defensores das estatizações preferem a presença do Estado sobre os
setores estratégicos da economia no atendimento às necessidades das camadas
mais desfavorecidas da sociedade, evitando crises resultantes da busca
excessiva por lucros. Não é à toa que todas as iniciativas voltadas às
privatizações são duramente combatidas com manifestações, nem sempre pacíficas,
aqui, no Brasil, como no mundo.
O poder legislativo, sempre que
possível, procura sinalizar distância dos projetos espinhosos, entre eles a privatização
de uma estatal como a SABESP. Raros são aqueles que colocam a “cara à tapa”
diante da possibilidade de perder votos. Em geral, os favoráveis se manifestam timidamente
e os contrários fazem o maior barulho.
Foi nesse cenário apocalíptico
que o projeto de privatização da SABESP chegou à ALESP. A escolha do relator
precisava ser assertiva. No erro, a promessa de campanha do governador poderia
naufragar. Precisava ser um deputado reconhecido pela sua articulação, com prestígio
junto aos demais parlamentares, inclusive da oposição; reverenciado pelo
conhecimento com que trata os assuntos pautados e, principalmente, destemido. A
batalha se avizinhava árdua. A relatoria caiu no colo do deputado Barros
Munhoz. O projeto foi aprovado por 62 votos favoráveis, apenas um contrário. Depois
de sancionado pelo governador de São Paulo, a privatização da SABESP ainda deverá
seguir um doloroso calvário.
Mas a razão principal deste texto
não é o de parabenizar o deputado de Itapira pelo trabalho feito, mas destacar
a vocação que ele tem para assumir, de peito aberto, as tantas bolas divididas da
sua vida pública. Aqueles assuntos que, mesmo correndo o risco de sair
arranhado, ele encarou com a tarefa de fazer do limão uma limonada. Em alguns
casos, pagou um alto preço.
Defender e enfrentar o que
acredita ser o certo é uma a missão!