Não sou dado a participar das inaugurações públicas. Conto nos dedos as que me fizeram estar presente. Mas a inauguração da nova rodovia, neste sábado, dia 12 de agosto, não poderia contar com a minha ausência. Não foi uma inauguração importante qualquer. Era o desfecho de uma história vivida e acompanhada.
A partir de 1987, por motivos
empresariais, passei a realizar deslocamentos constantes, muitas vezes diários,
até Mogi Guaçu, passando por Mogi Mirim. Naquela altura, havia notícias sobre a
vicinal Itapira/Mogi Guaçu. Numa certa manhã de sábado, eu e mais três
companheiros caminhamos de Mogi Guaçu até Itapira pelo suposto traçado da
futura estrada. Queríamos sentir o cheiro de cada quilometro desta importante
iniciativa.
No início dos anos 90, a vicinal totalmente
pavimentada passou a ser o caminho da “roça”. Considerando todos os
deslocamentos, do nosso pessoal, o tempo economizado, ao longo do ano, passou a
fazer uma tremenda diferença. Mas o que era bom para nós, passou a ser bom,
também, para todo mundo. Com tráfego crescendo progressivamente, nos anos 2010 a
média era de 5 mil veículos por dia, de mais de 20 cidades, fluxo para o qual a
singela estrada não suportava. Consequência: insegurança e aumento dos
acidentes.
Para oferecer padrão de qualidade
e garantir mais segurança, conforme noticiário, a solução era a estadualização.
Os dois municípios, Itapira e Mogi Guaçu, não dispunham de recursos nem para a
manutenção adequada, quiçá melhorias. Em 2014 nasceu a SP 177/342. Começava,
então, outra batalha: a transformação da vicinal em rodovia, envolvendo
investimentos estaduais estimados em 100 milhões de reais. As obras começaram oito
anos depois.
A estrada sonhada há quase meio
século, com qualidade, está à disposição de todos. Convenhamos, apesar de
atender inúmeros municípios, Itapira é de longe a cidade mais beneficiada, proporcionalmente
usamos mais e com frequência maior. Não foi
à toa a escolha da denominação: Rodovia “Carmen Ruete de Oliveira”, mulher
símbolo do nosso município, entranhada na nossa história.
Finalmente, garanto que ninguém consegue
pensar nessa estrada sem associá-la a Barros Munhoz. Ele abriu a luta há 45
anos quando prefeito e seguiu nela como deputado estadual. Analisando todo o
histórico é possível afirmar que sem o forte empenho dele, seguramente, essa
rodovia nunca existiria. Não se trata de um pedido atendido por um governador
amigo. Foram necessários inúmeros pedidos, incansáveis cobranças, muita saliva
e acordos com todos os governadores paulistas de Paulo Egídio, em 1978, a
Tarcísio, em 2023. Haja determinação!